quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Confiar

Foi numa sessão de acupuntura que tive uma clareza do que é confiar.

Eu confio em você porque confio em mim. A confiança que tenho na minha capacidade de escolha me deixa segura para confiar nas suas escolhas que me envolvem. A confiança que tenho na forma como lido com os encontros e desencontros me tranquiliza quanto a possíveis "erros". Confio ainda no fato de que só atraímos o que precisamos - e procuro manter minha presença para não vir a precisar de tombos e machucados e sofrimentos diversos. A gente aprende sim no sofrimento, mas esse não é o único método e nem o mais eficiente...

E foi com todo esse sentimento que entreguei meu corpo ao terapeuta. Em alguns momentos ele me pedia permissão pra fazer isso ou aquilo e eu simplesmente consentia. Eu não tinha vontade nenhuma de perguntar o porquê disso ou o porquê daquilo, e sei que essa vontade não vinha porque os porquês não eram necessários. A escolha já havia sido feita.

Sinto bem parecido no que diz respeito ao meu relacionamento conjugal. As escolhas podem ser revistas, mas não existe "em cima do muro". Se estamos, estamos, a escolha foi feita e a confiança é consequência natural. Mas note: não existe lugar para "você traiu minha confiança". O que pode vir a existir é algo mais parecido com "eu me enganei nas minhas ilusões" ou "lamento ter que aprender isso dessa forma". Ok, o capítulo matrimonial merece um texto só pra ele!

Por outro lado, não tenho nem um pouco dessa entrega quando vou a um pronto socorro. Não vou deixar o médico aplicar uma injeção em mim ou no meu filho antes de saber exatamente o que se passa. E se precisar de auxílio especializado será de um médico da minha confiança; será de um médico que eu escolhi.

Sei que muitas vezes a própria situação nos deixa com poucas escolhas, e é pra evitar esses momentos que é importante cultivar a presença.

Esse tema da escolha é, na verdade, um outro capítulo. Chegarei lá!


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