domingo, 30 de agosto de 2015

A vida é a arte do encontro...

... embora haja tanto desencontro pela vida

Essa semana um desencontro me tirou do eixo

Ou me colocou nele... eu achava que estava no meu eixo, mas tava nada

Ou eu acho que existe um eixo, mas existe nada

Fiquei só e triste na tentativa de achar esse eixo


É melhor ser alegre que ser triste
(...) mas pra fazer um samba com beleza é preciso um bocado de tristeza


Por que a gente é ensinado que a tristeza não é boa?

Será que as crianças que estão assistindo DivertidaMente terão mais chances de incluir a tristeza em suas vidas? Reconhecer o papel da tristeza? Mas...


A tristeza tem sempre uma esperança de um dia não ser mais triste não


Ontem, arrumando armários, me encontrei com diversos momentos do meu passado

Cartas, bilhetes, fotos, desenhos

E de repente me senti acompanhada e amada. Pelo meu passado. Mas ok. Passado que volta é presente...

Hoje quatro encontros - presenciais, pessoais, atuais e reais - me trouxeram boas doses de alegria de volta. Encontro marcado com antecedência, encontro marcado de última hora, encontro por acaso num lugar óbvio e encontro muito por acaso, daqueles no meio da rua, no qual um minuto de diferença e não teria acontecido.

A vida é a arte do encontro!

O que me faz lembrar que antes do tal desencontro, a semana começou com um lindo encontro, onde me foi trazido um tripé a ser cuidado: minha relação comigo mesma; minha relação com as pessoas que me cercam; e minha relação com o ambiente à minha volta. No decorrer da atividade percebi que estava descuidando da minha relação com as pessoas, uma coisa meio "egotrip", que atribuo a um desbalanceio da minha vontade de me re-encontrar enquanto ser individual após um longo puerpério. Depois de uns dois anos e meio sendo "nós" - eu e o Joaquim - cadê eu?! Fui então me procurar, fui me encontrar, fui gostando e desgostando do que via, mas ali envolvida cada vez mais nesse caminho. E quando me dei conta era só eu comigo e eu com o ambiente (a sensação que tive é que as pessoas simplesmente faziam parte do ambiente e não mereceriam atenção especial enquanto pessoas... tipo aquela linha de pensamento que acha que o ser humano é só mais um bicho em meio à natureza e deveria se comportar como tal... sabemos que não é bem assim...).

Eis que no dia seguinte, numa dessas bobagens de facebook me deparo com um brincadeira desconcertante: como cada signo ligaria dois pontos em uma folha.

E lá estava o álibi da minha egotrip:


Aí veio o tal desencontro e com ele o amargo de ser um pontinho solitário em seu mundo.

Bem, voltamos pro começo da história.

E a semana acabou com mais esse encontro, com Vinícius, me lembrando que a vida é a arte do encontro, que é melhor ser alegre que ser triste, que pra fazer {uma vida} - licença poética! com beleza é preciso um bocado de tristeza e que a tristeza tem sempre a esperança de um dia não ser mais triste não.

Saravá!


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

de médico e louco...

Fui a uma cartomante em busca da cura. Ela me sugeriu discretamente que procurasse um médico...

Agora, imagine-se de frente pro seu distinto doutor, ávido pelo diagnóstico, e ele sugerindo nas entrelinhas, mas de forma irrefutavelmente clara, que você deveria se consultar com um pai de santo.

O que você faria?! Mudaria de médico, imagino. E ainda diria pra todo mundo que aquele médico é louco.

Tenho entendido que a vida não é assim tão preto no branco. Tem muitos (MUITOS) tons de cinza - e de branco (!) - entre os extremos (e atenção, não estou fazendo nenhuma alusão e um famoso livro, que faço questão de deixar claro como o branco que não li!).

Admito que fui procurar outra bruxa... e reconheço que não fui procurar o médico que a anterior sugeriu. Mas decidi manter meu tratamento ortodoxo, cujo qual já estava no descrédito e quase que abandonado.

As bruxas e os médicos não vem ao caso. Nem o alvo da minha cura.

Eu só queria compartilhar mais esse momento da minha vida onde as nuances se fazem presentes. Onde as crenças se abalam. Onde algumas estruturas estremecem. Onde me vejo impelida a olhar sob outros ângulos e de repente percebo que no degradé entre o preto e o branco pode existir inclusive um arco-íris!

A cartomante na verdade ganhou ainda mais credibilidade comigo! Porque a impressão que eu tenho é que muitos profissionais (e aqui estou falando amplamente, de todas as profissões) se veem na obrigação de resolver o problema, quando na verdade deveriam apenas encaminhar a questão pra quem realmente entende do assunto, ou tem ferramentas pra lidar com ele.

E com isso vem mais uma constatação: pra fazer bem o seu trabalho não basta saber bem o seu ofício. É preciso saber também dos ofícios dos outros. É preciso conhecer as fronteiras e passear vez ou outra pelos lados de lá. Não pra fazer o trabalho do outro, mas pra saber o que ele faz e ter o repertório de que alguém faz isso. E pra reconhecer que cada um é bom no que faz. E que não precisamos (nem devemos!) nos atrever a fazer tudo. Só precisamos conhecer o menu...