terça-feira, 14 de outubro de 2014

Como cultivar a espiritualidade - parte I

Tenho sido cobrada pelas pessoas que me ajudam a cuidar da minha saúde a cultivar a espiritualidade.

Preguiça. Desânimo. Frustrações. Desilusões.

Vou puxando o fio que me liga a essa palavra e os azois não trazem resultados animadores. Como se eu estivesse num barco, à minha volta o oceano vasto e profundo. Sei que a espiritualidade está ali, mas ONDE?! Na verdade a pergunta não é onde, pois eu tenho nas mãos o fio que me liga a ela. A pergunta seria QUANDO? Ou seria COMO?

Continuo puxando, ciente de que essas perguntas não me ajudam e de que não me resta outra opção a não ser puxar, puxar... e limpar o que chega. Descartar o descartável. Guardar o útil. Mas só posso guardar depois de limpar, porque seja lá o que for, não sai intacto de uma temporada submerso no oceano.

Aí chega um pacotão. Pesado, desforme, fedido. O nome desse pacote é religião. Empaco. Não consigo puxar mais, não aguento. Fico diante daquela "coisa". Percebo que pra avançar na minha jornada em busca da espiritualidade preciso me livrar daquilo. Mas ao mesmo tempo fui ensinada que é o contrário: o pacotão de religiões é o que permite acessar a espiritualidade. Só que minha realidade mostra que não! Não é assim! Definitivamente esse pacote é um estorvo, não me deixa continuar puxando o fio, me impede de enxergar adiante.

Com um pouco mais de força finalmente tiro o pacote da água e trago à bordo. Agora a questão é ter estômago para abri-lo. Preciso mesmo fazer isso? E se eu simplesmente joga-lo novamente na água? Posso continuar puxando meu fio, ele não vai me incomodar mais. Mas e se dentro dele tiver alguma coisa que me seja útil?

Percebo então que não preciso resolver isso de uma vez. Tenho sim que criar coragem e tirar toda aquela camada de lodo, algas e cracas. Respiro fundo, tampo o nariz e faço a faxina superficial. Jogo a sujeira fora. De volta ao mar não é sujeira, à bordo sim. Para meu espanto, vejo que depois disso não sobra muita coisa. O trabalho pesado já foi.

Deixo então aqueles objetos num canto - muitos dos quais totalmente desconhecidos. Agora o fio vem mais leve. Às vezes vem alguma coisa que encaixa certinho com um daqueles objetos do pacotão.


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Dizem que meu lado racional, mental, me dificulta o acesso à espiritualidade. Recebi a seguinte orientação: "use sua mente a seu favor". Parece que agora estou entendendo. O texto acima foi um exercício mental que me proporcionou um ótimo insight.

E já que sou racional e preciso usar isso a meu favor, vou pesquisar no Google o que é espiritualidade, pra começo de conversa.

A espiritualidade pode ser definida como uma "propensão humana a buscar significado para a vida por meio de conceitos que transcendem o tangível, à procura de um sentido de conexão com algo maior que si próprio". A espiritualidade pode ou não estar ligada a uma vivência religiosa

Thanks Wikipédia!

Pode ou não estar ligada a uma experiência religiosa. Pode estar pra você, não está pra mim. Não está pra mim agora, mas já esteve. Pode ser que esteja no futuro, vai saber?

Ok, resolvi o pacotão. Foi mais fácil do que eu pensava.

Que leveza!

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