segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Banquete de pensamentos

Eis que acabo de ler um livro de auto ajuda.

Começou numa madrugada de desesperada indignação com a forma como nossa saúde é tratada. Eu lá, com conjuntivite, gripe, tosse. O remédio do homem branco funcionou por poucos dias e depois os sintomas já reapareceram. Foi o suficiente pra eu resolver que quem cuida da minha saúde sou eu.

E assim caí nesse livro, velho conhecido, mas que só agora li de cabo a rabo. Trata-se do Você pode curar sua vida (Louise Hay). É meio que o que a gente já sabe, que somos responsáveis por tudo que ocorre na nossa vida, que todas as doenças tem início em estados emocionais e que justamente por isso temos total condição de reverter qualquer quadro.

A ideia é simples, mas são tantos anos de condicionamentos baixo astral, que precisa de muita atenção pra mudar os velhos padrões de pensamento. E pra explicar o processo a autora vai usando várias analogias. Alguém já disse que toda analogia é burra e também acho que essas comparações não são assim a coisa mais brilhante do mundo, mas podem ser úteis para nos abrir os sentidos para enxergar outros pontos de vista.

Pois bem, uma dessas analogias é a que chamei de "banquete de pensamentos". Ela diz que como num restaurante onde você se serve em um buffet, escolhendo o que vai comer, da mesma forma deve ser com os pensamentos, pois devemos  - e podemos - escolher os pensamentos que vamos cultivar.

Ao ler isso já fui lembrando das minhas experiências em restaurantes tipo buffet. Eu não como carne e nessas situações fico examinando cada prato pra ver se não tem um bacon disfarçado pelo meio. Tanto que quando vou em restaurante vegetariano me pego com a mesma preocupação, para logo em seguida sentir um alívio de poder pegar tudo que ache colorido e saboroso, sem ter que ficar desvendando os ingredientes.

E com os pensamentos? Haveriam buffets de "pensamentos vegetarianos"? (o termo já é invenção minha e a partir daqui assumo a autoria das ideias!).

Claro que sim... e esses banquetes (prefiro ao termo buffet) são proporcionados pelas companhias. Em companhias "poluídas" precisamos ficar muito mais atentos aos tipos de pensamentos que colocaremos na nossa cabeça. E às vezes nem tem opção, aí pra quem é mais seletivo, só resta ir embora e procurar outro grupo.

E tem coisa mais gostosa do que estar em companhia de pessoas alto astral? Aquelas pessoas que iluminam o ambiente, que estão sempre dispostas a ajudar, que elogiam, que ao invés de reclamar, consertam, arrumam, resolvem?

Esse cenário me faz lembrar que ninguém é 100% do tempo feliz e bem disposto, então fico aqui pensando que naqueles momentos em que estamos mais azedos, talvez seja hora de nos recolhermos, a fim de não contaminar o banquete. Não que tenhamos que resolver tudo na solidão... podemos sim contar com amigos nesses momentos; podemos sim ajudar os amigos nesses momentos, mas sabendo do que se trata, explicando do que se trata.

E é engraçado que o simples fato de explicar do que se trata já resolve grande parte do azedume. Quando falamos sobre nossos sentimentos somos obrigados a confrontá-los e desconfio que muito mau humor e tristeza sejam porque nem sabemos direito o que estamos sentindo, aí fica aquela confusão, aquela vontade de reclamar de tudo, aquela indisposição que faz com que tudo saia pela metade ou mal feito.

Dizem que com as crianças isso é muito nítido. A criança tá lá, toda birrenta e manhosa, simplesmente porque não sabe o que está se passando com ela. Às vezes é um ciúme, às vezes é uma saudade, às vezes é só sono, mas se não tem um adulto pra ler os sinais e explicar pra ela do que se trata, o humor só piora, e uma vez explicado, aquilo se dissolve e a criança aprende mais um nome, pra uma coisa que ela nem entendia.

Então, adultos, sejamos adultos. Sejamos maduros, sejamos conscientes, olhemos para nossos sentimentos, conversemos com eles, olhemos para os sentimentos dos que nos cercam e escolhamos se queremos compartilhá-los.

2 comentários:

  1. Carolina, tudo bem?

    Acabei de encontrar seu blog e por acaso caí nesta sua postagem. Eu não costumo acreditar em coincidências, mas em coisas que aparecem exatamente quando precisamos. É o caso destas suas palavras.

    Gostei bastante da sua análise, onde diz sobre o "não contaminar o banquete". Realmente, ninguém é 100% feliz, porém a felicidade começa a aparecer justamente no momento em que você consegue pensar no que lhe aflige. Ao fazer isso a pessoa encontra a resposta na própria pergunta. Não é gostoso confrontar com os sentimentos que incomodam, mas com certeza aprendemos muito quando o fazemos. Nos tornamos adultos.

    Minha felicidade anda em altos e baixos, devido à faculdade e outras responsabilidades que tenho assumido. Mas tento enfrentar de frente isso, já que só eu posso resolver as minhas aflições. Acredite, ler esta sua postagem foi uma grande ajuda.. =D

    Obrigado.

    Ps 1: Blog adicionado ao favoritos.
    Ps 2: Fiz a leitura ouvindo "Holy Oak" (Recomendo com força)

    http://holyoak.bandcamp.com/track/let-me-die-in-the-morning

    Abraços!

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  2. Oi Christian, obrigada pelo comentário! E desculpe a demora pra responder... a vida de mãe não me permite muita autonomia sobre a minha agenda. Tomara que você leia...

    Entrei no seu blog e vi teias de aranha :)

    Gostei da música!

    E que faculdade você faz? Em qual Rural estudou? Também sou de uma "rural", a Esalq.

    Abraço!

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