quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Bonito Lindo

Nesse feriado tivemos o imenso privilégio de conhecer a Fazenda do Rio Bonito, vizinha de cerca do Parque Nacional da Serra da Bocaina (que conhecemos há dois anos, na estréia da Dalva).

É uma fazenda particular, de uma família que a preserva há mais de um século e um amigo em comum nos abriu essa porteira (ou portal, para ser mais exata...).

Embora com uma área imensa (quase 4 mil hectares), não é uma fazenda de produção convencional. Quase que 100% de sua área é coberta por florestas, que abrigam uma infinidade de nascentes e riachos de água extremamente limpa. Quer riqueza maior?

O isolamento também faz parte do pacote. São duas horas em uma estradinha para poucos, por onde só passam cavalos ou carros 4x4 muito bem conduzidos. E então chega-se a um casarão de 1887, feito de pau-a-pique, com seus seis quartos, quatro salas, varanda, dois banheiros, despensa e cozinha (essa última parte é mais "moderna" e é de alvenaria).

Não há luxo, esse luxo das revistas, mas há um outro luxo, que pra mim é a verdadeira sensação de estar em um lugar especial. A começar pelas janelas. Imagine-se olhando por uma janela, dessas grandes de fazenda, e todo o espaço da paisagem é floresta. Um paredão de floresta! Mas não é porque você está dentro da floresta, não, você está num vale, é um lugar amplo, um pequeno pasto, alguns carneiros, alguns cavalos, mas que você só vê se chegar perto da janela.

Mas quer saber qual é a melhor parte? O banho! Um chuveirão desses de piscina, com muita, muita água, muito, muito quente, que vem lá da serpentina do fogão a lenha, mas que antes vem das fontes mais limpas e frescas. A vontade era de esquecer da vida... mas eu só fazia pensar mais nela... pensar em como as pessoas seriam mais felizes se pudessem tomar banhos assim, se pudesse viver em lugares amplos, se pudessem ouvir os sons da natureza e respirar ar fresco da mata.

Como não poderia deixar de ser, havia também uma imensa lareira, fartamente abastecida. Poltronas confortáveis, companhias alegres, comida boa.

Os dias foram chuvosos e propícios para desfrutar do casarão. Mas pudemos ter uma amostra das cachoeiras ao redor e no primeiro dia, ainda com sol, ninguém dispensou um banho gelado pra tirar o pó da estrada.

Às vezes eu penso que tenho aspirações tão modestas, principalmente quando as comparo com o mundo do consumo desenfreado... não quero as roupas da moda, não faço questão dos melhores restaurantes, não preciso de grandes hoteis, não coleciono sapatos, tenho meia dúzia de brincos e colares, nunca tive uma bolsa de couro... mas quando começo a pensar no que eu realmente quero, vejo que é de uma sofisticação e de uma preciosidade que a maioria das pessoas sequer desconfia...

Pois é amigos, devo confessar... minhas aspirações não são nada modestas! Mas pelo menos por enquanto o dinheiro ainda pode comprá-las... por enquanto...



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