sábado, 22 de setembro de 2012

Banho de São Paulo

Essa semana fiz um programa tão legal que preciso compartilhar (e registrar, porque um dos objetivos do Aralume é ser o "meu querido diário", rs...).

Uma das coisas legais do programa é que não foi programado. Embora eu goste muito de planejar e programar, o estilo easy rider ainda me seduz e apaixona.

Precisei ir a São Paulo de última hora, meio que assim resolvendo na hora do almoço pra sair no fim da tarde e passar uma noite. No dia seguinte eu não teria compromissos, mas teria que esperar o Paulo Cesar sair de uma reunião que terminaria no fim da tarde. Findo o compromisso de última hora, começou minha aventura.

Fui almoçar com a Ana, coisa que por si só já vale qualquer ida a São Paulo, pois sinto muita falta da minha mAninha. Escolhemos um restaurante árabe, o Halim, ale perto do metrô Paraíso. Pedimos um menu degustação, com direito a uma gentil adaptação vegetariana. Por R$ 26,00 cada comemos homus, coalhada seca, tabule, fatouche, arroz com lentilha, arroz com aletria, falafel e charuto e kafta pra Ana.

Eu estava a toa e pensei em ver uma exposição que a Ana já tinha visto (impressionistas no Centro Cultural Banco do Brasil), mas como ela tinha parte da tarde livre, sugeriu que fôssemos ao MASP ver a exposição do Caravaggio. Por R$ 3,00 pegamos um metrô e duas estações depois lá estávamos, no coração da Paulista. Adoro!

A fila estava razoável e enquanto esperávamos comprei por R$ 4,00 uma Ocas'', revista que faz parte de um trabalho muito bacana de geração de renda para moradores de rua. A Ocas'' é vendida no Rio e em São Paulo e já está no seu décimo ano, sempre trazendo matérias sobre cultura, comportamento, política, esporte e meio ambiente, abordando também o tema da exclusão social. A capa e entrevista principal dessa edição é com o Wagner Moura.

Compramos nosso ingresso por R$ 15,00 e lá fomos nós. Passadinha no banheiro, garrafinha de água por R$ 2,50 e estávamos prontas pra mergulhar nas sombras genialmente iluminadas do mestre que definiu um estilo tão próprio que levava seu nome: caravaggismo. Sua obra situa-se no início do século XVII, juntamente com o surgimento do período barroco. Em tempos de tecnologias digitais é preciso ficar atento para não achar "normais" aquelas figuras perfeitas, lembrando que foram feitas com pincel, tinta, mão e habilidade. Elas estarão lá até o dia 30 de setembro.

A Ana teve que ir e fiquei fazendo uma hora no café do museu, devidamente acompanhada de meu bordadinho. Fiquei lá, bordando calmamente em plena quarta-feira a tarde, naquele oásis paulistano, pensando em como sou privilegiada por cada uma dessas pequenas coisas que te conto. E por falar em privilégio, ainda tive o prazer de ser abordada por duas senhorinhas, cada uma em separado, que se interessaram pelas minhas parcas habilidades manuais e vieram me parabenizar, pois não viam uma jovem bordando há muito tempo. Acredito!

No meio desse meu enlevo nostálgico recebi uma mensagem do Paulo Cesar dizendo que a reunião ia demorar mais do que o previsto. Tive então a ideia de ir ao cinema, coisa que não fazia há muito tempo, pois infelizmente não há uma mísera sala em Bragança. Liguei pra Ana e ela me ajudou com as programações dos cinemas mais próximos. Fui pro Cinema da Livraria Cultura pra assistir Os Intocáveis, mas o cartaz não me cativou... resolvi então ir até o antigo Espaço Unibanco, que agora é Espaço Itaú de Cinema. Lá o filme que me chamou a atenção foi Tropicália, mas a sessão começaria só dali a 1h20. Fiquei em dúvida, mas como é um documentário de 82 minutos, resolvi arriscar (eu não sabia direito quanto tempo tinha). Comprei o ingresso por R$ 16,00 e atravessei a rua para dar uma sapeada naquela loja de CDs que tem ali em frente e que é responsável por vários títulos do nosso acervo.

Achei um CD do Milton que queria faz tempo, o Tambores de Minas, e após ficar R$ 17,00 menos rica ele era meu! Voltei pro cinema e continuei com meu bordado, o que me rendeu mais um elogio de uma senhora bastante simpática. O tempo passa rápido quando fazemos coisas prazerosas e já estava na hora de comprar a pipoca, que me custou R$ 6,00 e estava deliciosa!

A escolha do filme não poderia ter sido melhor. Alegre, musical, nostálgico, com grande parte dos meus ídolos na tela. Não tem o que fazer, eu adoro essa galera!

No meio do filme me comuniquei com o Paulo Cesar por mensagens e ele foi me encontrar lá na Augusta. Saí do cinema e fui encontrá-lo num boteco em frente. Qual não foi minha surpresa ao ver o Caramelo, nosso amigo e um "doce de pessoa", que faz doutorado e está em sampa fazendo uma matéria na USP. Resolvemos ir jantar no Piolin, cantina italiana deliciosa ali no comecinho da Augusta. Por R$ 30,00 cada comemos as deliciosas torradas de alho e uma massa suculenta com tomate seco e mussarela de búfala.

Já era tarde e a vantagem foi o trânsito liso pra pegar o caminho da roça. Fui dormir exausta, mas feliz, muito feliz, com o coração cheio de beleza, cultura e alegria.

Tem quem goste de tomar banho de loja, eu gosto de tomar banho de São Paulo! E, me diga, o que você faz numa loja com R$ 120,00?!


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