quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Uma pessoa querida

Um dos diálogos infantis que guardo com carinho e que mais cito vem da querida família Pimenta. Não lembro os detalhes, mas diz a lenda que uma das Pimentinhas disse da irmã: "mamãe, a Maya (?) é muito querida né?". A mamãe, toda derretida responde que sim, mas pergunta o porquê de tanto amor. A resposta me faz ser uma pessoa muito querida também: "é que toda hora ela quer brincar, quer trocar de roupa, quer comer sobremesa, quer ir na casa do amigo...".

Aaaaiiiii, quanto querer cabe em meu coração!

Quero muito, quero mais, quero agora;
quero fazer, quero aprender, quero ter, quero dar;
quero dormir, quero acordar, quero comer, quero jejuar;
quero ir, quero voltar, quero estar;
quero conseguir, quero poder, quero calar;
quero sol, quero chuva, quero lua, quero estrela;
quero junto, quero sozinha;
quero ouvir, quero o silêncio das línguas cansadas;
quero não querer...

Ah, bruta flor do querer, ah bruta flor, bruta flor...

E sabe do pior: não tenho dúvidas. As crises do tipo "isso ou aquilo?" não me atormentam tanto quanto o turbilhão dos quereres. Eu simplesmente quero. Tudo!


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

(comecei a ler Tabacaria, mas não fui até o fim... Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer é demais pra esse coraçãozinho querido!)

O sarau continua e quem me consola é o Chico... ele, o Chico Lindo!

Mesmo com o nada feito, com a sala escura
Com um nó no peito, com a cara dura
Não tem mais jeito, a gente não tem cura

Não tem cura.

Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário