quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - post scriptum


Brasília não estava nos planos, mas adorei esse pequeno desvio de rota, pois nunca tinha estado na nossa capital. Foi uma passada breve, uma noite e meio dia.

Minha primeira impressão da cidade foi estranha, muito estranha. Nem ruim, nem boa, estranha.

A navegação na cidade é estranha, com aqueles códigos estranhos designando os endereços (coitado do Gepeto, ficou doidinho!).

Senti uma emoção estranha ao ver a rampa do Palácio do Planalto. Fiquei imaginando a Dilma lá, nossa primeira presidente mulher.

Foi estranho ver o soldado no Palácio da Alvorada com aquela "fantasia" estranhíssima.

Se eu fosse católica certamente seria estranho entrar na catedral, mas como não sou, foi simplesmente a sensação de estar dentro de uma obra de arte!

Aquele "mar" no meio do cerrado é estranho. Bonito, mas estranho.

Fora isso, eu só conseguia pensar em duas coisas: "será que é ali o FMDO?!" (se você ainda não assistiu Os Aspones, não perca tempo! Caricatura de Brasília e seu funcionalismo... tem que rir pra não chorar ou rolar de rir pra não desesperar, pra ser mais exata) e "o Niemeyer é foda mesmo" (adoro o velhinho e mesmo com todas as críticas à orgia de concreto, sou fã de suas obras!).

Foi em Brasília que o grupo se separou, pois o Pablo voltou de lá direto para o Rio. Nesses últimos instantes da viagem já começam a surgir os pensamentos sobre segunda-feira e "como será essa semana"; na volta viemos vendo as fotos uns dos outros, lembrando dos lugares e como parecia taaaaaaanto tempo que estávamos viajando; viemos também relembrando as frases mais ditas e rindo muito; muitas das informações dessa série pro Aralume eu compilei nesses quase mil quilômetros de volta, fazendo todo mundo lembrar dos nomes, resgatando recibos de cartões para anotar os preços.

Falamos também sobre a inevitável DPV (Depressão Pós Viagem). Comigo é sempre, não tem jeito. Por mais que eu goste de chegar em casa, por mais que eu estivesse seca de saudade do Pajé e do Jawa, por mais que eu quisesse voltar a dar as minhas aulas, não tem jeito. É só abrir um solzinho que eu penso que a Cachoeira do Formiga deve estar vazia nessa quarta-feira. É só ver um por do sol ou o nascer da lua pra eu querer que a paisagem se transforme e árvores surjam no lugar de casa casa.

Organizar essas fotos (de cinco câmeras enlouquecidas!!!) foi ao mesmo tempo um bálsamo e uma tortura! A vontade louca de estar lá e o sentimento de que estive lá se misturando e competindo. Fico com o último, é claro. Não faz sentido estar em um lugar querendo estar em outro. As areias do Jalapão estarão para sempre na minha pele, o frescor da água da Chapada está acessível sempre que eu quiser, o horizonte amplo ainda inunda meus olhos, o cheiro de mato nunca sairá do meu olfato e o meu coração se enche de alegria só por saber que esse lugar existe e que ele é meu.


Fotografias:
Pronto, chega! Nossos olhares sobre Brasília no Picasa.


Cenas do próximo capítulo:
Acabo de concluir o meu planejamento de viagens para 2011 (as outras foram Picinguaba e Mamanguá). Cedo, né?! Por enquanto planos incipientes para 2012, com uma lista que não para de crescer!

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