sábado, 6 de agosto de 2011

Jalapão e Chapada dos Veadeiros - Parte 7 de 10: passeios

Depois de muita estrada e um hotelzinho meia boca, chegamos a Pirenópolis, uma cidade histórica perto de Goiânia. As ruas e calçadas são de pedra, o casario é muito bem conservado e colorido e o melhor: a fiação é subterrânea (Paraty, moooooooorra de inveja! rs...). Não tem praia, mas a cidadezinha é cercada de cachoeiras.

Como tínhamos apenas um dia em Piri, segui a dica de uma amiga de Brasília e fomos pra RPPN da Vargem Grande, onde tem duas cachoeiras, a Santa Maria e a do Lázaro (a primeira tem uma praia bem gostosa). RPPN - Reserva Particular do Patrimônio Natural - é uma categoria de Unidade de Conservação particular; é como um parque, tem também suas regras, mas a terra é de domínio privado. Tem um centro de visitantes bacana, com lanchonete, lojinha e banheiros.

No dia seguinte, pra abrandar a overdose de estrada, paramos pra almoçar em Alto Paraíso e fomos até as Loquinhas, que também é uma propriedade particular, com uma recepção e banheiros. São duas trilhas e ao longo delas distribuem-se 12 poços! Água cristalina e trilhas muito bem feitas, na maior parte suspensas (de madeira), com decks, bancos e escadinhas pra entrar na água, que nesse época é gelada! Fica do lado da cidade, o acesso é muito fácil.

A nossa próxima "atração" foi só dois dias depois, já no Jalapão: Cachoeira Brejo da Cama. Essa sim é só pra 4x4, ou a pé, ou a cavalo... bicicleta eu não recomendaria, rs... água limpíssima, poço ótimo pra banho, "hidromassagem". Foi lá que degustamos a melancia, hummmm... ah, e foi um dos poucos lugares da viagem onde não vimos NINGUÉM. Sensação de estar no meio do nada mesmo!

Depois nossa diversão foi no Rio Novo, no camping. A Ana encheu a boia pink e ficamos lá, tomando sol, fugindo do sol, lendo na praia, fazendo comida, comendo... ô trem bão! Só que depois do almoço já estávamos tendo crise de abstinência de estrada e fomos pras dunas!

A dica do S. Antônio foi ótima, que é ir ver o por do sol nas dunas. Como ele mesmo diz, "não tem nada pra fazer lá" e durante o dia fica um calorzão infernal, então já é meio de praxe a galera ir no fim do dia. Dito e feito: "nóis e a galera"! Acabou-se a sensação de estar no meio do nada... mas faz parte, nada que incomode (demais). O que importa é que nós chegamos primeiro e pegamos o melhor lugar, kkkkk... como presente dos céus ainda deu pra ver a lua cheia nascer, um espetáculo! Aí sim ficamos só nós porque a "galera" tinha medo do escuro... aff, escuro! Não precisava nem de lanterna tamanha era a claridade da lua cheia!

E enfim chegou o grande dia de conhecer o Fervedouro! O plano inicial era levantar acampamento e ir pra Mateiros, onde ficam o Fervedouro, a Cachoeira do Formiga e a comunidade quilombola que faz artesanato de campim dourado, mas... com o problema do carro tivemos que acelerar o cronograma e fizemos tudo isso num bate-volta.

Não deu pra ir na comunidade ver o campim dourado e a mulherada foi às compras enquanto o PC negociava o guincho/táxi com a seguradora. Foi nessa hora que ficamos sabendo que teríamos que ir pra Palmas "ainda hoje" e aí começou a gincana para conhecer os atrativos de Mateiros! Compramos meia dúzia de lembrancinhas e pé na estrada.

O Fervedouro é realmente incrível! Eu estava tentando controlar as minhas expectativas, pra não me decepcionar, mas superou mesmo as expectativas incontroladas! Não tem nem como descrever a sensação... mas imagine-se em um poço com fundo de areia, só que seus pés não tocam o chão e você também não afunda... a areia chega até a cintura, mas fica "fervendo"... uma coisa MUITO louca! A única desvantagem é que você sai de lá com areia até o ouvido (por dentro, rs...)!

A Cachoeira do Formiga fica pertinho do Fervedouro e a ideia incial era acampar lá, mas teria sido a maior roubada, porque estava LOTADO, a maior farofa. Tudo bem que era domingo... talvez o lance seja ir no meio da semana. Mas o lugar é realmente lindo. Mesmo com toda aquela gente a beleza salta aos olhos e a água azul impressiona. No fim, como diz meu amigo Axé, "tudo é perfeito" e a gente teve que passar correndo por esse paraíso ultra-povoado!

Em Palmas a gente não conseguiu passear, pois o conserto do carro foi rápido (UFA!). Hotel, shopping, restaurante japonês, supermercado, posto de gasolina com loja de conveniência... pronto, chega de cidade! A segunda parte da expedição foi para a parte menos explorada da Chapada dos Veadeiros, que tem Cavalcante como cidade de apoio.

Mas no caminho paramos em Natividade, a "princesinha do Tocantins" segundo o PC! A cidade é realmente uma graça, com casinhas muito fofas, um centro histórico super preservado, mas sem nenhum apelo turístico. Parece uma cidadezinha de novela (novela boa, é claro, coisa rara...). E lá tem uns tais de uns biscoitinhos, que o PC descobriu em uma viagem a trabalho. Lá fomos nós atrás dos biscoitinhos e fomos parar na fábrica! Super artesanal, o pessoal sentado em roda enrolando os biscoitos e ao fundo enormes fornos a lenha! A partir daí uma das frases bem repetidas, sempre que o Pablo ia arrumar a bagagem era: "cuidado com os meus biscoitos de Natividade!"

Em Cavalcante o primeiro passeio foi para a Cachoeira da Santa Bárbara, que fica dentro da comunidade quilombola Kalunga. Essa que é a cachoeira de água azul impressionante que eu e o PC fomos no ano passado e que de água na boca de muita gente! E lá estava ela, imponente, azul, gelada! Ainda dentro da comunidade tem a Cachoeira da Capivara, com água esverdeada, linda também.

Enquanto no Jalapão a gente teve uma vida sedentária ("chacoalhária", é verdade, mas tudo se chegava de carro), na Chapada tem que camelar! Pra ir na Sta. Bárbara e Capivara, se tiver de 4x4 anda menos, mas mesmo assim são uns bons minutos de caminhada.

No dia seguinte fomos pra Cachoeira Rei do Prata e aí sim a gente andou, andou, andou... o dia inteiro! Mas valeu a pena! Tem que ir com guia, pois fica dentro de uma propriedade particular. Tem um trecho de passagem difícil, pela água, que precisa até de corda, então é bom estar com alguém experiente. O trajeto passa por diversos córregos, então se você estiver acostumado a andar de papete é uma boa, ou então vai ter que ficar tirando e pondo tênis umas oito vezes! Ou, pior, andar de tênis molhado...

A ideia era ir embora logo cedo, pra dar uma passada em São Jorge, mas ouvimos umas "propagandas" de uma tal Ponte de Pedra e resolvemos conferir. Também precisa de guia e o Daniel mais uma vez nos levou. Tem paisagens muito lindas e um banho gelado para os corajosos. A caminhada é boa, com um trecho bem íngreme, mas não muito longo. Estávamos de volta a tempo de fazer o almoço, desmontar acampamento e seguir viagem.

Desistimos de São Jorge e fomos direto pra Brasília. Mais uma vez foi muito bom reencontrar os azulejos, tapetinhos de banheiro, cama e cia! Fizemos um passeio cívico bem sem vergonha, porque já estávamos adiando em um dia a volta e não dava pra ficar mais. Mas deu pra conhecer a cidade do alto na Torre de TV, passeamos pelos jardins da Dilma e entramos na catedral, que acho que foi "a escolha" de todo mundo (minha foi), dentre os monumentos de Niemeyer.

Tem a Ponte JK também que é muito linda e deixa aquela estaiada de São Paulo no chinelo.


Aí encerrou a nossa jornada e o próximo ponto turístico que eu vi foi o Orelhão de Itu, rs... mas esse já é tópico de outra viagem ;)


Fotografias:
As impressionantes águas azuis de Mateiros. Picasa.


Cenas do próximo capítulo:
Finanças! Tipo propaganda de cartão de crédito: não tem preço! =D

2 comentários:

  1. lembra daquele tênis "anfíbio", da Salomon, que comprei em Ushuaia? bem, provavelmente nao! rs Mas ele é ótimo pra essas caminhadas que tem que passar na água - depois de atravessar a água, em pouco tempo tem-se a sensação de que os pés estão secos, por causa dos furinhos no solado que "expulsam" a água. Nas idas pra Chapada foi suuuper útil :-)

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  2. Hum, esse tipo de tênis é muito bom! Mas você usa com meia? Eu tenho um da Adidas bem "arejado", mas tenho a impressão de que a meia molhada vai incomodar, ou então que usando sem meia pode ficar desconfortável... crises de excursionista, hehe!

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