quarta-feira, 29 de junho de 2011

Pra mana Ana


Dia 24 foi aniversário da mana Ana
Dia de São João, dia de festa e tradição.

Na roça, no paiol que tanta festança e cantoria já testemunhou
A última faz dez anos e parece que o tempo parou

Casa enfeitada com relíquias de agora, de antes e de muito antes
E vai se espalhando nas barracas pela grama

Fogueira, bandeirinhas coloridas, céu estrelado, noite fria.
Quentão, paçoca, milho e cuscuz.

Muita moça bonita. Casada, namorada, solteira.
Muito violeiro, sanfoneiro e batuqueiro.

Mães, pais, filhos grandes e pequenos
Gente de cá, de ali, de acolá e de além mar

Amigos queridos, queridos, queridos

E os santos nas janelas, olhando tudo...

Quadrilha, bingo... se deixasse ia até domingo!

Tem gente querendo mais, mas da labuta, só sabe quem faz
Ninguém tem alma pequena e tudo vale a pena

Alma grande e lavada, faz até poema!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Transgênicos

Como tudo na vida, a pauta ambientalista também tem suas "modas". Fazia tempo que eu não ouvia falar dos transgênicos, até que outro dia me deparei com esse símbolo aí na embalagem da ração dos meus cachorros. Pedi outra marca para o vendedor, mas não tinha pra onde correr: são TODAS transgênicas! (bem, ainda não descobri um pet shop natureba, rs...).

Aí estava arrumando o armário da cozinha e de novo aparece esse símbolo no meu pacotinho de Milharina. Não sei quem escolheu essa comunicação visual, mas acertou, porque ao ver isso dá a impressão que vou entrar em contato com algo altamente tóxico, radioativo. Ops, peraí:

Hum... será mera coincidência?!

Enfim... já faz tempo que eu não compro mais óleo de soja nem de milho, pelo risco de estar consumindo transgênico. É que no meio da confusão de aprova, não aprova, regulamenta, não regulamenta, rotula, não rotula, muito material duvidoso veio (e continua vindo) goela abaixo, literalmente.

Sobre rotulagem, veja trecho de matéria do Greenpeace:

"Em 2003, foi publicado o decreto de rotulagem (4680/2003), que obrigou empresas da área da alimentação, produtores, e quem mais trabalha com venda de alimentos, a identificarem, com um “T” preto, sobre um triangulo amarelo, o alimento com mais de 1% de matéria-prima transgênica.
A resistência das empresas foi muito grande, e muitas permanecem até hoje sem identificar a presença de transgênicos em seus produtos. O cenário começou a mudar somente após denúncia do Greenpeace, em 2005, de que as empresas Bunge e Cargill usavam transgênicos sem rotular, como determina a lei. O Ministério Público Federal investigou e a justiça determinou que as empresas rotulassem seus produtos, o que começou a ser feito em 2008."

Bom, se você não sabe direito do que eu estou falando, vou tentar fazer um resumo: transgênico é o nome popular de algo que tecnicamente recebe o nome de Organismo Geneticamente Modificado (OGM). Esse "organismo" é feito a partir de alguma modificação genética, que pode ser pelo cruzamento de duas ou mais espécies, ou algo ainda mais doido, visando a aquisição de alguma qualidade que passou despercebida pela natureza em seu processo de criação e aprimoramento das espécies, como por exemplo, hum... vejamos... resistência a determinado tipo de herbicida!

Aí a soja transgênica não é afetada quando o herbicida é aplicado na plantação. Morre tudo, menos a soja. Uma beleza, né? Aposto que você não vai se espantar quando souber que a empresa que desenvolveu a soja transgênica é a mesma que fabrica o herbicida... então o agricultor compra a semente, compra o adubo, compra o herbicida e na safra que vem, tudo de novo, porque semente transgênica é estéril (bom, aqui, justiça seja feita, não é privilégio dos trangênicos, já que 99,99% das sementes usadas em larga escala são estéreis - ou seria 100% mesmo?! - são os tais dos híbridos, resultado de melhoramento genético, que é uma manipulação menos barra pesada que a dos transgênicos, mas também resulta em umas coisas meio estranhas, que não são capazes de fazer a coisa mais básica da natureza: se reproduzir).

E com tudo isso o agricultor vai ficando cada vez mais dependente da empresa que possui o patrimônio genético daquela espécie. Toda safra tem que comprar semente. Até aí tudo bem, porque os transgênicos são usados em grandes latifúndios e eu que não vou ficar com dó dos latifundiários que ficam dependentes da mega empresas do agronegócio. Mas não custa nada questionar um pouco esse modelo de desenvolvimento, né?! =D

Fora esse impacto social, não se tem muita certeza (ou nenhuma certeza) sobre os danos que os transgênicos possam trazer ao meio ambiente e à saúde de quem os consome. Diante desse quadro os ambientalistas lançam mão do Princípio da Precaução, que no português claro é o famoso pé atrás. E os defensores dos trangênicos vem sempre com aquele blá, blá, blá da fome no mundo, aí eles veem que (quase) ninguém mais tá caindo nessa e começam a falar da importância do Brasil se destacar no mercado internacional, agrobusiness e o escambau. Bah!

Ok, o papo ficou indigesto. Mas vale lembrar que os produtos orgânicos certificados são livres de transgênicos. E no mais, olho aberto e boca fechada, hehe...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Para que servem os ídolos


No dia que o Ronaldo anunciou sua saída dos campos profissionais eu liguei a televisão meio que por acaso e me deparei com sua coletiva ao vivo. Chorei junto com ele! Logo eu, que detesto futebol...

Eu detesto futebol enquanto esse "delírio coletivo" que não entendo. As pessoas literalmente matam e morrem por futebol! Defendem freneticamente seus clubes, cuja identidade é uma bandeira, algumas cores e só, porque os jogadores e demais integrantes entram e saem e trocam e voltam; as cidades de origem raramente importam; então não vejo mesmo muito sentido nisso. E Copa do Mundo? Ah, também não me convence... me irrita a quantidade de dinheiro que é gasta nisso. Mas, claro, já torci muito, já decorei os nomes dos jogadores, já usei camisa do Brasil. Hoje, prefiro ficar num mundo paralelo, na medida do possível.

Ah, sim, mas o Ronaldo. Sempre simpatizei com ele. O fato de ele ter se destacado tão cedo e de ter se tornado esse Fenômeno. Suas batalhas contra o próprio corpo, tão castigado por treinos exaustivos (coisa que, aliás, acontece em todos os esportes. O preço de superar os próprios limites pode ser alto. A intensidade pode comprometer a longevidade da performance...).

Li uma entrevista com ele na Revista Trip e achei muito bacana. E então ele estava ali, "na minha frente", engasgando ao dizer que tinha chegado ao seu limite.

Vi outra entevista curta agora, em que ele cita o Zico como seu ídolo, a forma como ele admirava e copiava esse jogador e em como isso foi importante para o seu desenvolvimento. Com certeza o Ronaldo também é copiado por aí (não só no corte de cabelo :S) e fiquei pensando na função dos ídolos, essas pessoas "mágicas" e reais.

Os mitos inspiram, mas são mais distantes, enquanto que os ídolos mostram também o outro lado, a vida real, a dor, as fraquezas. O dever de um ídolo é servir de exemplo e o dever de quem "idolatra" é entender que aquele ídolo é, antes de mais nada, uma pessoa, sujeita às mesmas leis que nós, "mortais". Uma relação saudável com o ídolo implica em uma relação de aprendizado, senão vira fanatismo e aí a coisa degringola.

Lembrando também que cada pessoa pode ser um ídolo, na sua escala de atuação, por isso é sempre importante estar atento a que exemplos damos. Como anda a conexão entre o discurso e a prática.

E é sempre bom ter alguns ídolos na parede, inclusive conhecendo suas trajetórias, pois é aí que o cerne do ídolo reside. É conhecendo sua história que vamos identificar seus momentos de superação, de garra, de determinação; momentos esses que podem ser até mais inspiradores do que os gols que ele fez ou as músicas que ele compôs.

Mas prepare-se, porque quanto mais você conhecer do seu ídolo, maior a chance de ter vontade de tirá-lo da parede. Nesse momento também tem um exercício importante com relação ao julgamento. Quem sou eu para condenar se fulano fez isso ou aquilo?! Aí você pode pegar carinhosamente esse quadrinho do seu ídolo nas mãos, lembrando-se das coisas boas que ele já te proporcionou, e voltar a pendurá-lo no seu preguinho.

Se a decepção for muito grande, aí não tem jeito, ele cai fora mesmo. Mas sem rancor, sem mágoa, afinal quem escolheu o ídolo foi você. Deixe-o ir e outros virão.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Semana do Meio Ambiente

Dia 5 de junho é o Dia Mundial do Meio Ambiente e o Aralume traz algumas dicas especiais para comemorar essa data:

1. Ecomercado Avis Rara
Fica no bairro de Souzas, em Campinas e é um lugar muito agradável, com um empório de produtos orgânicos, restaurante, livraria, espaço para terapias e cursos e o mais legal: o próprio prédio é um exemplo de sustentabilidade, com várias soluções interessantes. Eles oferecem também serviços de arquitetura e jardinagem, tudo na linha da sustentabilidade. Não conheço os serviços, mas certamente é uma referência para quem procura coisas do tipo.

2. Amima - Arquitetura de Mínimo Impacto sobre o Meio Ambiente
E por falar em serviço de arquitetura, se você está pensando em construir vale a pena dar uma visitada no site da Amima. No link "projetos" você pode ver uma sala de reuniões que dispensa 100% de iluminação elétrica durante o dia; construções de bambu, que não tem nada de "bicho grilo" e projetos de construções de baixo custo, que não tem nada de "cdhu".

3. Minhocasa
Trata-se de uma composteira doméstica que utiliza minhocas para decompor mais rápido o material orgânico. O resultado da decomposição é um adubo de primeira qualidade, coomposto por humus e biofertilizante líquido, ambos sem cheiro ruim. O humus tem cheiro de terra de floresta e o biofertilizante não tem cheiro mesmo, uma maravilha! É possível ter o kit até mesmo em apartamentos, sem o menor incômodo, pois são caixas plásticas empilhadas e com tampa. E as minhoquinhas são uma simpatia, hehe! Tenho um "genérico", que um amigo fez e estou super satisfeita!

4. Passeios ao ar livre
Nada mais ecológico do que uma boa caminhada! A temperatura fresca do outono é convidativa, o céu costuma ser maravilhosamente azul ou maravilhosamente estrelado, os ipês roxos estão floridos! Pode ser de bicicleta também, patins ou skate para os mais radicais e caiaque, canoa ou veleiro para os aquáticos... mas se for para comemorar o Dia do Meio Ambiente, evite motores e combustíveis. Desfrute do discreto ruído dos seus passos/remadas ou do deslizar suave do seu veículo limpo e silencioso. Para passeios urbanos sugiro a série de guias: "Dez roteiros históricos a pé em São Paulo", "Dez roteiros a pé com crianças pela história", "Roteiros históricos a pé próximos a São Paulo" (esse tem alguns em Itu, venha me visitar!!!), "Roteiros a pé com crianças próximos a São Paulo" e "Santos e litoral, dez roteiros históricos a pé".

5. Aquisição de um novo e bom hábito
Por mais que você já faça, sempre tem alguma coisa para melhorar. Escolha então um novo hábito e esforce-se para incorporá-lo à sua rotina. Separar lixo reciclável acho que você já faz, né? Recusar copos descartáveis também? Que tal inserir um produto orgânico na sua dieta? Ou então passar um dia por semana sem consumir nenhum tipo de carne? E dá para deixar de usar o carro um dia por semana? Um dia por mês?! Que tal desligar a televisão e ler um livro ou revista? Você já experimentou passar um dia inteiro sem energia elétrica? Não estou propondo que você viva no escuro, mas talvez ao se deparar com sua dependência de um recurso, você possa reavaliar alguns usos, criar novas soluções... Mas não queira abraçar o mundo... comece devagar, dê um passo de cada vez e a cada dia mantenha o que conquistou no dia anterior. Quando possível, dê mais um passo; se for preciso retroceda um pouco, mas não fique parado no meio do caminho!