terça-feira, 1 de março de 2011

Camping Caracol

No fim de semana eu e o Paulo Cesar realizamos uma vontade antiga: levar os sobrinhos para acampar! Desde que o José Vítor nasceu eu já ficava imaginando o dia que isso seria possível. Depois veio a Marininha e a gente foi esperando o melhor momento. Agora eles estão com 6 e 4 anos e resolvemos encarar! Tem também a Clara, com 8 meses, que já quase foi junto... essa vai começar a vida campista bem mais cedo, rs...

E lá fomos nós quatro. A Dalva lotada até o teto: barracas, colchões infláveis, lençóis, travesseiros, toalhas, roupas, banquinhos, caixa térmica, comida (muita comida!), pratos, talheres, panelas, fogareiro, canecas, brinquedos, baldinhos, livros de historinhas, máquina fotográfica, lanternas, iPod com apenas dois discos infantis (que foram reduzidos a quatro músicas repetidas incansavelmente pelas horas de viagem).



O lugar escolhido não poderia ter sido melhor. Fomos para o Camping Caracol, que fica na Praia da Fazenda, em Ubatuba, dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. Foi legal explicar pras crianças porque não podia pescar ali, o que é uma Unidade de Conservação, o que é um caiçara e porque ele pode pescar. O camping não tem energia elétrica, mas tem aquecedores a gás e iluminação por gerador, um luxo! A praia é linda, com ondas mansas, mas fortes o suficiente para cansar a criançada!



Mas camping é camping e sua característica que mais me agrada é justamente a que afasta muita gente. Acampando você tem a nítida sensação de ser hóspede da natureza. Ali quem manda é ela. Uma profusão de bichos, a proximidade com o céu, com o chão, com o frio, com o calor. Para as crianças não foi assim tão simples. Qualquer bichinho era um monstro assustador; ficar sozinho, nem pensar; ir até o banheiro sozinho, jamais; a praia, tão divertida durante o dia, impressionava no escuro da noite, fazendo-os subir no colo ou segurar forte nossas mãos.

Tinha mais um grupo no camping (só nós e eles, um sossego!), com crianças também que, apesar de mais novas (2, 3 e 4 anos), já estavam acostumadas com a anfitriã. Foi interessante ver essa diferença. Aqueles menininhos andando pra lá e pra cá sozinhos, pegando lagartas na mão, totalmente à vontade. E diante disso fiquei pensando como eu poderia deixar os "nossos" mais tranquilos, sem tanto medo. A primeira conclusão foi que três dias é pouco, rs... também percebi que não adianta muito ficar explicando, pois medo é emoção, não razão. Não sei quando dá o "click", que faz o objeto causador do medo transformar-se em algo natural.

Certamente uma via é a gente perceber que se aquilo é natural para outras pessoas, também pode ser pra gente. A Marina, por exemplo, só entrava no mar de mão dada comigo, grudada. Aí ela foi vendo o nosso "vizinho", menor que ela, sozinho, longe do pai, brincando à vontade e quando eu percebi ela nem queria mais dar a mão. Eu não precisei falar nada, foi ela que viu (acho chato fazer comparações do tipo "olha lá ele, que pequenininho e não tem medo", mas confesso que com as lagartas não consegui me controlar e mostrei o pequeno pegando as lagartas na mão!).

Como reagir diante do medo de outra pessoa também foi uma reflexão. O que fazer se uma coisa extremamente banal para mim é extremamente apavorante para o outro? Antes de mais nada, exercitar a paciência. Depois, dar suporte, mas cuidando para não transformar algo banal em um bicho de sete cabeças. Uma coisa que funcionava era mudar de assunto; naquela linha de que não adianta ficar explicando.

Resumindo, foi um fim de semana cheio de novidades pra todo mundo. Crianças urbanas descobrindo a vida outdoor e adultos que só convivem com adultos se aventurando pela psicologia infantil!

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21-nov-2012: Up-date com informações sobre o camping:

Uma amiga buscou o Camping Caracol no Google e acabou caindo aqui! Ela pediu algumas dicas e agora seguem notícias fresquinhas trazidas por ela, Renata Ruiz:


AMEI o camping, achei excelente, tem tudo o que precisamos e a falta de energia foi ótima pra me deixar desconectada do mundo por um tempo e aproveitar aquele lugar maravilhoso. 
Assim como vc me ajudou, vou passar algumas informações sobre como está o camping, caso queira acrescentar ao seu blog.
- Usamos a cozinha todos os dias, o fogão funciona bem, apesar de velhinho (o forno não funciona), tem pratos, panelas e talheres, caso as pessoas não queiram levar. Eu levei a minha própria louça;
- Não chegamos a ir à sede do Parque pq não foi necessário, levamos comidas para todos os dias, o que foi bom pq não tinha nenhum mercado ou lanchonete perto e estávamos a pé;
- Fizemos uma trilha de, aproximadamente, 1h30 até a Praia da Almada. É legal para conhecer, mas nada se compara à Praia da Fazenda. Na Almada tem uns quiosques que servem algumas porções e ao lado a Praia do Engenho, mas estavam muito cheias, parecia até Guarujá, kkkk. Tinha até barraquinha vendendo coisas de praia. Ficamos pouco tempo lá, mesmo pq tivemos que voltar a pé pela Rodovia para o Camping pq o ônibus não passou, rs, uma aventura;
- Os banheiros estavam limpos e tinha água quente o tempo todo, em qualquer horário do dia. Apesar de ser feriado, estava bem tranquilo, poucas pessoas no camping e na praia;
- O celular pega bem, melhor na praia e se precisar de lugar pra carregar, os donos do camping deixam carregar na casa deles quando ligam o gerador;
- Tivemos vários visitantes ilustres, rs, galinhas, patos, gatos e, segundo um amigo que foi lá, nunca deixe sua barraca aberta, a não ser que queira encontrar com uma galinha na sua cama, rsrs.  

Achei o camping super seguro, não tivemos qualquer problema. Fomos de ônibus, mas foi bem cansativo, dá pra ir, mas o ideal é de carro mesmo, até para carregar as coisas. 


4 comentários:

  1. Olá!
    Sou nova por aqui...estou procurando dicas pois estamos indo acampar com a nossa filhinha de apenas dois anos pela primeira vez! rs
    Estamos ansiosos para a chegada da data e também um pouco nervosos com a decisão do local...e também com o tempo instavel.
    Achei a aventura de vocês com os sobrinhos bacana...espero que conosco tudo seja do jeito que esams planejando e que a minha Helena pegue o gosto pela "coisa" assim como eu e o pai dela temos. rs
    Bjo até a próxima!

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    1. Olá. Acampar com criança é tudo de bom! Meu filho quando bebê, fui adaptando ele à casinha de pano...rsrsrs. Fiz uns 4 bate-volta para campings próximos e brincávamos na barraca até ele acostumar com o visula, com os cheiros e com a grama. Bicho de cidade é fogo. Depois da adaptação, foi só festa. Hoje ele tem 17 anos e monta qualquer barraca. Moderna ou antiga. Adora. Então, acostume teu nenê desde cedo que você vai viajar muito com a natureza como vizinha. Bom divertimento. Cris Mueller.

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    2. Olá. Acampar com criança é tudo de bom! Meu filho quando bebê, fui adaptando ele à casinha de pano...rsrsrs. Fiz uns 4 bate-volta para campings próximos e brincávamos na barraca até ele acostumar com o visula, com os cheiros e com a grama. Bicho de cidade é fogo. Depois da adaptação, foi só festa. Hoje ele tem 17 anos e monta qualquer barraca. Moderna ou antiga. Adora. Então, acostume teu nenê desde cedo que você vai viajar muito com a natureza como vizinha. Bom divertimento. Cris Mueller.

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  2. Oi Anna, seja bem vinda!

    Que legal, se a Helena tem pais dispostos, já é meio caminho andado pra curtir a vida dentro de uma barraca! Sobre o local, eu acho que não vai ter problemas, pois apesar de rústico (afinal, é um camping...) o lugar tem tudo o que você precisa e fica em uma das praias mais lindas que eu conheço!

    Sobre o tempo, bem, aí não tem muito o que fazer a não ser torcer e bater um papo com São Pedro, rs... o importante é vocês terem uma barraca que não entre água e levarem o máximo de conforto que conseguirem: travesseiros, cobertores, toalhas de banho, comidinhas gostosas, livros, jogos, brinquedos.

    Volta aqui depois pra contar como foi!

    Beijos e tenham uma ótima viagem!

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