terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Ora bolas, não me amole, com esse papo de emprego!

Faz pouco mais de um ano e meio que eu não tenho emprego. Tenho sim muito trabalho, mas nada de emprego. E estou gostando. Independente do ofício, acho que quando a gente trabalha de forma autônoma se sente mais motivado, mais "impelido", eu diria. Uma das coisas que mais me incomodava no sistema "CLT" é que todo mês eu sabia que ia ganhar aquela quantia - engraçado, né? Para muitas pessoas esse é o sonho dourado da estabilidade financeira... Mas quando você sabe que vai ganhar aquele X, corre um risco muito grande de se acomodar. No emprego pode ser que você escape desse risco devido à grande competitividade, pois se não mostrar serviço, tem outro profissional com MBA te esperando na fila. E olha que stress... "deus o livre", como dizem os caipiras.

Agora suponha que você não se acomodou no emprego e consegue viver bem com esse stress competitivo, afinal, isso também pode ser motivador para algumas pessoas. Aí vem o outro risco de se acomodar, que é financeiramente. Se você sabe que vai ganhar aquele X no mês, as chances de você ganhar mais do que X são muito pequenas, porque você já se programou para ganhar aquilo. Parece doido?

Trabalhando de forma autônoma eu não faço ideia de quanto vou ganhar (para uns isso é sinônimo de pânico!), mas justamente por isso, me permito os mais ousados e otimistas horizontes, o que vai ampliando a minha percepção de "ganhar dinheiro". Cada novo trabalho, cada nova possibilidade de trabalho, abre canais para que o dinheiro venha de fato.

Claro que precisa ter um pouco de sangue frio, pois pagamentos atrasam, propostas são recusadas e a velocidade dos acontecimentos nunca depende só de você. Junto com o sangue frio ajuda também um bom limite de cheque especial e cartão de crédito, desde que usados com moderação! Outro aprendizado bacana do trabalho autônomo é aprender a lidar com riscos. Em seu valor de hora/trabalho tem que haver uma "folga", além daquele valor pago para contratados CLT, justamente para cobrir os juros do cheque especial, do cartão de crédito, da conta que atrasou porque o seu pagamento saiu um dia útil depois. Isso sem falar em férias, décimo terceiro, previdência... e mesmo colocando tudo isso, seu preço ainda pode ser bem competitivo, pois um trabalhador CLT custa caro para o empregador.

E o risco pode ser tanto para o prejuízo quanto para o lucro, tem que saber equilibrar. Não é sempre que o pagamento atrasa, não é sempre que tem que apelar para cheque especial.

Ainda estou aprendendo, mas já consigo dar algumas dicas ;)

Agora o principal para ser um trabalhador autônomo é gostar do que faz! Se você é empregado e não gosta, vai levando, pois sempre tem "o dono" que quer que o negócio dê certo, funcione, então é ele que vai trabalhar pra isso. Quando você é autônomo, é você que tem que fazer o negócio dar certo e funcionar, e se você não gosta do que faz, não vai dar certo nunca!

Uma ótima oportunidade também para pensar se o que você está fazendo vale a pena... e quando você resolver fazer o que realmente gosta e as pessoas olharem para você perguntando "mas isso dá dinheiro?", não se abale, siga em frente e poderá se surpreender!

PS - ouvi muito isso quando resolvi fazer engenharia florestal... você pode achar estranho, mas foi há 12 anos e pouquíssimas pessoas sabiam do que se tratava. Primeiro eu ouvia um "engenharia o quê?!" e depois me falavam que eu ia acabar trabalhando de graça pra alguma ONG... haja paciência!!! E hoje, vejam só, as questões ambientais estão "super na moda" e dá sim pra ganhar dinheiro, até trabalhando em ONG, rs... mas eu gosto da vanguarda e já começo a ouvir essas exclamações interrogativas de novo...

2 comentários:

  1. ahh, minha irmãzinha empreendedora! concordo com vc, mas isso tudo também tem a ver com algo que genericamente chamamos de "estado de espírito", né? ou o "jeitão" da pessoa ... rs Eu, por exemplo, gosto do que faço e também da forma (não sou nem autônoma, nem CLT!) como sou remunerada (nem tanto do quanto). Mas como autônoma, quem eu iria convencer a me pagar pra pensar & torturar uns números por aí?
    Agora, fico suuuper feliz por esse caminho que vc está trilhando e pela satisfação que está tendo.
    Beijos

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  2. Claro Ana! O mais importante, sempre, sempre, é ter satisfação com aquilo que se faz. Você exerce o mais nobre dos ofícios, que é ensinar. E melhor ainda: você ensina e aprende e conta pra todo mundo e aprende mais e pesquisa e ensina. O seu "patrão" é a sociedade e isso traz uma responsabilidade imensa, que tenho certeza que não te deixa se "acomodar"! Te admiro pra caramba. Putz, você consegue fazer o que gosta, fazer isso muito bem, ter uma vida econômica confortável e ainda por cima, mora na praia!!! E não é "qualquer" praia!!! Minha ídola, rs...

    Beijos!

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