terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Começando devagar...

Se você lê o Aralume há algum tempo, e se me conhece, sabe o quanto ele me reflete. Adoro esse espaço de conjecturas, sem censuras. Com todo respeito ao leitor, mas isso aqui é muito mais um exercício pessoal de auto conhecimento, do que qualquer outra coisa. Quando escrevo, organizo meus pensamentos e fica tudo muito mais claro. E, por outro lado, se você lê é porque sabe o valor de aprender com as experiências dos outros. Por isso que a gente lê tanto... ou deveria!

Mas toda essa introdução pra dizer que, assim como reflete o Aralume, eu estou começando meu ano devagar. Nos anos anteriores, "desde tempos imemoriais", eu sempre comecei no maior pique, às voltas com alguma grande viagem, com grandes histórias, lindas fotografias, mil projetos e por aí vai. Esse ano resolvi fazer diferente, contrariando a máxima "não se mexe em time que está ganhando" - hehe, sim, eu estou ganhando. Sempre! ;)

Bem, decidi começar o ano trabalhando. Decidi começar o ano em companhia das famílias (juntamos a minha família com a do PC no reveillón e foi muito bacana!). Decidi fazer as coisas de forma mais planejada. Aquela listinha romântica das resoluções de ano novo, que já fiz tantas vezes, em tantos caderninhos à beira de lugares fantásticos, agora está virando uma planilha com "o quês", "comos" e "quandos", principalmente os "quandos"! Pra começar, 2011 ficou curto pra tudo que eu queria, então resolvi isso projetando até 2020 (!!!). Isso mesmo: onde eu quero estar daqui a uma década? É um exercício bem interessante e é claro que a gente não resolve em um dia, então precisa ter muita disciplina e organização pra não deixar a empolgação passar e tudo voltar ao seu curso de "piloto automático".

Uma grande vantagem de ter um planejamento é que fica mais fácil lidar com imprevistos, fica mais fácil improvisar, porque o seu panorama geral da situação está mais claro. Você só não pode ficar escravo do planejamento... tem que ser flexível, tem que saber a hora de mudar, tem que saber por que mudar.

E nesse ritmo mais lento é mais fácil (e seguro) fazer as manobras. Sinto isso quando estou dirigindo o Bento, meu fusquinha, rs... como diz o Lenine: "devagar pra contemplar a vista, menos peso no pé do pedal". Diminuir o ritmo é um artifício para obter maior consciência nos atos e depois, conforme a consciência é adquirida, a gente vai aumentando a velocidade, mas sempre cuidando para que o piloto automático não tome conta (de vez em quanto ter um piloto automático é muito confortável, e até importante, mas é você que deve ligá-lo e desligá-lo, conscientemente).

Outra proposta que está imbutida no conceito de "começar devagar" é me permitir alguns "furos". Por exemplo, eu resolvi que vou lavar o quintal todo dia (quem tem dois cachorros e um quintal pequeno me entende! - mas eu uso racionalmente a água, com baldes e nada de mangueira). Estabeleci isso porque considero importante para o bem estar da casa... dia sim, dia não já não resolve. Mas se um determinado dia eu não conseguir lavar o quintal, ok, sem problemas, amanhã eu lavo. Esses furos são permitidos no começo, que é um período de ajuste de rotina e de teste também (será que é mesmo necessário lavar o quintal todo dia?). Dado um prazo de adaptação, eu resolvo se vai ser todo dia mesmo, e depois de resolvido os furos já não serão tratados com tanta "amabilidade".

Às vezes a gente quer se impor uma disciplina ferrenha, à qual não estamos acostumados, e ela dura uns dois ou três dias... depois geralmente fica pior do que era antes da tal resolução. A famosa história da segunda-feira, que é dia de começar regime, atividade física, etc... como é que vai estar no fim de semana?! Eu prefiro admitir uns furos no começo, para ir incorporando a prática. Mas é importante ter esse prazo de teste definido, porque tem uma hora que os furos passam a ser desculpa pra indisciplina e isso vai minando a nossa motivação, a nossa auto estima. A sensação de conseguir fazer uma coisa é propulsora!

E sem ingenuidade: recaídas existem. O que talvez ajude a evitá-las é a noção de que o esforço para levantar de uma recaída é maior do que aquele para evitá-la. Nunca fui viciada em nada, mas já percebi isso em outros planos, ou em vícios mais sutis, que possam ter passado despercebido desse rótulo.

Estava com saudade de escrever... por mim ficaria aqui por horas... escrevendo, lendo, relendo, escrevendo... mas a lista de afazeres está grande! Equilibrando dever e prazer vou seguindo.

"Tão importante quanto saber quem sou, de onde vim e para onde vou é saber quem vai fazer o almoço hoje!" (li algo parecido em uma revista, já faz tempo, vou ficar devendo a fonte...).

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