terça-feira, 10 de agosto de 2010

MIP

Mínima Intervenção Possível é o que significa a sigla que dá nome a esse artigo. Eu tomei contato com essa técnica durante a disciplina Projetos de Educação Ambiental, ministrada pelo Prof. Marcos Sorrentino para o curso de graduação em Engenharia Florestal e, não sei muito bem porque, ela me veio à cabeça esses dias, com num flash back depois de anos...

A Mínima Intervenção Possível consiste em um exercício de atuação na sociedade, que depende exclusivamente de você. Muitas vezes temos ótimas ideias, mas elas acabam minando porque precisaria de uma autorização tal, de um número X de pessoas, de uma configuração astrológica favorável... e ótimas ideias que não são colocadas em prática, bem, não servem pra nada!

Então a proposta é começar modesto, com pequenos passos, para que isso vá te encorajando e empoderando (eu não gosto muito do verbo empoderar, que é um aportuguesamento esquisito, mas tem um conceito interessante, muito ligado com auto estima e capacidade de realização). Através de pequenas ideias, que se transformam em ações práticas e objetivas, você se vê proporcionando algumas mudanças reais, que vão te impulsionando a dar passos cada vez maiores, ou pelo menos mais frequentes.

Durante a disciplina que citei acima, cada aluno tinha como lição de casa permanente realizar uma MIP por semana e toda aula iniciava com os relatos das MIPs. Revendo minhas anotações encontrei coisas do tipo: iniciar separação do lixo reciclável (isso foi há uns 7 anos atrás!); fazer uma composteira no quintal; fazer a Agenda 21 da república (é uma MIP bastante ousada...).

Você pode ter uma MIP a priori, ou seja, pensa em uma ação, vai lá e executa, ou então estar bem atento ao que acontece em volta para "dar o bote" no momento certeiro. Recentemente eu realizei uma MIP desse tipo: eu vi um adolescente riscando o tronco de uma árvore com canivete e, muito naturalmente, me aproximei e disse: "Não acredito que você está fazendo isso!". Ele me olhou com cara de susto, assim como seus companheiros (essa espécie sempre anda em bando). Eu expliquei que aquilo era um machucado no tronco da árvore, que pode virar entrada para doenças e até matá-la (pura verdade!). Falei tudo com muita calma, com o objetivo de explicar e informar, e não de criticar ou passar sermão. Aparentemente eles se sensibilizaram... não sei se quando fui embora voltaram a riscar a árvore, acho que não. Mas essa atitude me deu mais confiança para intervir em outras situações. Lembre-se que a MIP é um instrumento de potência de ação (o tal do empoderamento), que tem como objetivo primeiro atingir aquele que a executa.

Já realizei também uma MIP que resultou na adoção de copos de vidro na escola onde pratico yôga. Logo que cheguei por lá aqueles copinhos plásticos me deram arrepios e bastaram pouquíssimas conversas para que a conversão fosse total! Essa é uma MIP que acompanho até hoje e me sinto muito orgulhosa por ter poupado o mundo de todo aquele plástico. Todos colaboram lavando seus copos e os novos frequentemente elogiam o sistema.

Espero que você realize muitas MIPs e compartilhe aqui conosco suas peripécias!

Um comentário:

  1. Ca, se bem entendi, tenho uma certa... vocação para realizar MIPs (ou coisa parecida). Só não sabia que é uma técnica e que tem até nome!rsrsrs
    Acho muito útil divulgar o assunto, até para as pessoas saberem que eu faço as coisas com "respaldo acadêmico", HAHAHAHA

    Beijodamãe!

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