terça-feira, 23 de março de 2010

Exterminadores do Futuro

A Fundação SOS Mata Atlântica sempre mereceu meu respeito e admiração, primeiro enquanto estudante da área ambiental e depois como profissional, quando inclusive tive o privilégio de compor sua equipe!

Claro que quando a gente entra nos bastidores, vê que o sonho não é assim tão cor de rosa - ou, no caso, verde! - e acaba se deparando com algumas coisas que não gostaria... afinal, sonho é sonho e realidade é realidade. Mas é fundamental ter o conhecimento da realidade, pois só assim conseguimos atuar e mudar.

E o departamento da SOS que eu mais gosto e, na minha modesta opinião, o que mais "manda bem", é justamente o de mobilização, dirigido pelo intrépido, carismático e sem-papas-na-língua, Mário Mantovani, um verdadeiro Capitão Planeta, rs... O trabalho deles em Brasília é fenomenal, pegando mesmo no pé da galera pra colocar as questões ambientais em pauta, ou tirá-las da pauta em situações de risco de retrocessos (sim, isso existe).

Então, aproveito o espaço do Aralume para divulgar a mais nova campanha da SOS, que tem o sugestivo nome de "Os Exterminadores do Futuro", uma produção com drama, suspense e muita sacanagem!!! É uma espécie de "lista negra", com os nomes dos políticos que de alguma forma vem demonstrando desrespeito à legislação ambiental e ao patrimônio natural do país. A lista prévia vai ser lançada em maio, no Viva a Mata, evento anual que a SOS promove, mas já tem algumas informações bem legais no site: www.sosma.org.br/exterminadores.

Fique de olho, divulgue e não tenha piedade dos nomes que aparecerem na lista, eles sim merecem ser cortados do nosso país!

Um comentário:

  1. Por trás do político, há sempre um financiador
    01/04/2010

    Fonte: Amazonia.org.br

    O conflito envolvendo ruralistas e ambientalistas não é de hoje, e a avaliação que geralmente se faz é de que essa polarização é prejudicial à sociedade, já que não permite o avanço das medidas necessárias para proteger a Amazônia e combater as mudanças climáticas.

    Entretanto, nos últimos dias, essa disputa atingiu um patamar que, longe de ser prejudicial, pode ajudar os cidadãos e eleitores a entenderem quais são os interesses por trás dos atores desse embate.

    A disputa começou quando a organização SOS Mata Atlântica divulgou a criação de uma lista, denominada "Exterminadores do Futuro". A lista está em construção, e a organização propõe que a população indique nomes de parlamentares que têm votado contra medidas de proteção ambiental.

    A ONG ainda não apresentou nomes, mas bastou o anúncio de que iria expor parlamentares para gerar reação na bancada ruralista, que organizau a "Frente Parlamentar Nacionalista", encabeçada pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB). Essa frente convocou financiadores da SOS Mata Atlântica - Bradesco, Volkswagen, Coca-Cola, Colgate-Palmolive e American Express - para depor na Comissão do Meio Ambiente e prestar esclarecimentos sobre seus interesses em financiar ONGs, seguindo a tese do deputado de que seriam interesses estrangeiros e com o objetivo de interferir na soberania brasileira na Amazônia.

    O tiro saiu pela culatra, já que, ao reagir dessa maneira, os parlamentares abriram espaço para que os seus financiamentos de campanha fossem questionados. Na última terça-feira (30), um requerimento do deputado Ivan Valente (Psol) foi aprovado na Comissão do Código Florestal, convocando as empresas que financiaram as candidaturas da bancada ruralista para prestar esclarecimentos sobre seus interesses na mudança da legislação ambiental.

    Como mostrou uma reportagem do portal de notícias O Eco, entre os financiadores dos congressistas da "Frente Parlamentar Nacionalista", constam multinacionais e empresas com participação de capital estrangeiro. Além disso, algumas das empresas têm sua imagem ligada a degradação do meio ambiente, histórico de desmatamento da Amazônia e da Mata Atlântica, conflitos sociais, invasão de terras indígenas e desrespeito à lei trabalhista.

    Muitas dessas companhias têm interesse direto nos debates sobre o Código Florestal Brasileiro, já que uma flexibilização da lei facilitaria seus negócios. As empresas convocadas foram: Bunge Alimentos, Sadia, Klabin, Fibria (união da Aracruz e Votorantim Papel e Celulose), Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e Caemi Mineração.

    O debate de quem financia quem, sejam os alvos do dinheiro as ONGs ou parlamentares ruralistas, é fundamental para a sociedade brasileira. Afinal, se por trás de todo político existe um financiador, saber quem financia, e quais são os interesses que levam a cada proposta do Congresso Nacional, é a ferramenta decisiva para que o eleitor, em pleno ano de eleição, possa decidir para quem vai o seu voto. Também é uma oportunidade única para que os cidadãos e consumidores decidam por não comprar produtos de empresas que financiam a desregulamentação da legislação ambiental.

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