sábado, 30 de janeiro de 2010

São Paulo 456 anos - por Ana Clara

O Aralume "tarda mais num faia"! Depois de uns contratempos com colaboradores, rs... resolvi não "cobrir o buraco", pois eu sabia que algo apareceria... e apareceu! Não é terça, mas hoje, mais do que nunca, tem novidade no Aralume!

Como conheci a Ana Clara:
Sinceramente, não lembro! Mas deve ter sido com alguma estranheza, afinal, eu reinava absoluta como primeira filha-neta-sobrinha, e de repente aparece aquela coisa miúda e barulhenta (devia ser, rs...) roubando as atenções. Mas é claro que não demorou muito para a estranheza dar lugar a uma intensa amizade, que mais pra frente se mesclou de novo com estranhezas, mas sempre voltando a virar amizade! É assim a relação entre irmãs... e eu, como irmã mais velha coruja que sou, orgulhosamente apresento o primeiro texto não meu do Aralume!

São Paulo 456 anos

A Carolina? Ela é a minha irmã mais velha.

E eu? Sou Ana Clara, irmã da Carolina há 26 anos, dos quais vivi os primeiros em São Paulo, os muitos seguintes em Bragança Paulista, depois quatro em Piracicaba (“que eu adoro tanto”), e desde janeiro de 2008 estou de volta à capital, e é justamente sobre essa última cidade, que foi também a primeira, que resolvi escrever.

Apesar de ter morado a maior parte da minha vida no interior, sempre me senti muito paulistana e, desde que voltei a morar aqui esse sentimento tem aumentado.

Segunda feira, 25 de janeiro de 2010, São Paulo completou 456 anos e, já que não viajei como muitos fazem no feriado, resolvi prestigiar as comemorações.

Pretendia levantar cedo, caminhar até o centro e assistir ao ato cívico no Pateo do Colégio, depois à missa na Sé, e assim por diante, mas como ainda estava em ritmo de férias, mesmo com o dia lindo, só consegui sair de casa às dez horas e acabei indo de metrô direto para o Vale do Anhangabau.

Quando cheguei em frente ao palco principal haviam poucas pessoas e ninguém se apresentando, então olhei para cima para observar as construções como sempre gosto de fazer: o Viaduto do Chá, o prédio da prefeitura com toda aquela vegetação em cima, o Shopping Light e os vários outros prédios, uns conservados, uns não muito, uns nem um pouco.

Ali fiquei até que ouvi alguns gritos e palmas e uma pessoa passou “voando”! Havia uma Tirolesa de cima do Viaduto do Chá até o meio do Vale. Como eu estava sozinha e nada interessante em vista, resolvi me aventurar. Não tinha muita gente na fila, mas o processo era lento... Após uma hora e meia chegou a minha vez. Vesti o equipamento e... desabou aquela chuva! Atividade cancelada. Calmamente tirei a cadeirinha e fui para o Light comer alguma coisa.

A chuva passou, mas a Tirolesa estava em manutenção. Voltei para o Anhangabau e logo começou a chover de novo, ainda mais forte. Dessa vez o jeito foi abrir uma Skol e tomar chuva mesmo. Já havia bastante gente e eu estava aguardando para ver como ia ser o flash mob em homenagem ao Michael Jackson, que estava marcado para as 14h. Foi nesse tempo de espera, no mesmo lugar que antes parei para observar os prédios com céu azul ao fundo, agora chovendo, com todo aquele povo bêbado e toda aquela sujeira pelo chão se misturando com a água da chuva, que me veio uma sensação de admiração muito forte por São Paulo e o pensamento que me fez escrever esse texto: eu amo São Paulo, mesmo com todos os problemas e perigos.

Muitos vão dizer que é fácil gostar de São Paulo morando no Pacaembu (o Pacaembu é lindo!!!) e indo a pé pro trabalho, mas eu sempre morei em lugares simpáticos e sempre andei a pé, e mesmo gostando muito das outras cidades, o que eu sinto por São Paulo é muito maior e único. Por quê?

Todos sabem que São Paulo é uma mistura de tudo e isso é fascinante. Sabemos que em São Paulo há infinitos restaurantes, programas culturais, bares e baladas, e amo muito tudo isso, mas ainda não é o que mais me atrai, pois você pode morar por perto e vir a São Paulo “tirar a poeira” de vez em quando, como sempre fiz (mas estar aqui todos os dias é muito melhor). Poderia falar da arquitetura também, mas nesse quesito acho que louca eu vou ficar ao ver a Europa de perto (mas não deixo de abrir um sorriso cada vez que saio do metrô na estação Anhangabaú, Sé, República ou Luz). Bom, a conclusão que cheguei é que esse meu sentimento em relação a essa cidade imensa, além de todos esses motivos listados acima, tem mais uma razão bem particular. Essa paixão tem a ver com o meu gosto por inventar coisas e pela liberdade que morar em São Paulo me proporciona. Aqui sou livre para ter minhas idéias e executá-las. Aqui eu encontro material pra por em prática tudo que imagino, seja uma comida, uma festa, uma peça de roupa ou de decoração, uma reforma na casa. Encontro coisas que eu nem imaginava que existia e que me dão mais idéias ainda. Aqui tem o Brás com o Gasômetro, a Rangel Pestana e o Largo da Concórdia, tem a 25 de Março e a Abdo Chaim, o Mercado da Cantareira, a Florêncio de Abreu, a Liberdade, a Vila Mariana com suas papelarias, a Paulista e a Livraria Cultura, a Consolação, a Sete de Abril e todas as ruas do centro. Adoro andar pela a cidade procurando e encontrando coisas, mesmo que seja para ir a esses lugares a pé ou de metrô lotado, porque de carro ou de ônibus não se anda, mesmo que seja pra andar com medo de ser assaltada, mesmo que seja para chorar com as cenas de miséria. São Paulo é assim.

Quanto ao dia 25, depois de toda essa reflexão, voltei pra casa completamente molhada após o flash mob que foi um fiasco, tomei um banho bem quente, coloquei pijama e... um amigo, o Gui, que não ama São Paulo tanto quanto eu, mas aprecia uma boa música, ligou me chamando para ver o show da Leci Brandão no Anhangabaú às 16h. “Te encontro no metrô”. Tirei o pijama, coloquei outra roupa de guerra e lá fui eu. Dessa vez me rendi a uma capinha de chuva! O show foi ótimo, apesar das brigas, e quando acabou até desci a tal Tirolesa, que tinha voltado a funcionar mesmo com a chuva caindo. Umas sete e pouco, joguei a capinha fora e pegamos o metrô rumo à estação Sumaré, pegar o carro do Gui. No Paraíso decidimos mudar a rota e ir para o Parque da Independência, ver o Milton Nascimento, mesmo sabendo que ele deveria ter subido no palco às 19h. Chegamos lá umas oito e em menos de cinco minutos o show começou! A chuva não parou nem por um segundo e o público no Ipiranga era tão civilizado que não tinha ninguém vendendo capa. Também não tinha cerveja e o som estava péssimo. Mesmo assim valeu a pena, vimos o Milton!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Terceira temporada

Aos novatos no pedaço, uma breve explicação: o Aralume surgiu para divulgar o meu casamento e no começo ele era escrito na primeira pessoa do plural, uma vez que ninguém casa sozinho, rs... mas eu fui gostando da brincadeira e quando passou a festa o Paulo Cesar me deu as suas ações do Aralume! Aí eu inaugurei a "segunda temporada" do blog, que se caracterizou por textos na primeira pessoa do singular... bem singular! Não foi definido um tema específico, apenas que "toda terça tem novidade no Aralume!".

Continuo gostando da brincadeira, cada vez mais, mas "quem fica parado é poste"! Então, ladies and gentlemen, inauguro a "terceira temporada" do Aralume! Por sugestão de um amigo, essa fase vai incorporar uma dose extra de interatividade, com uma maior participação do público - ahá, agora eu tenho um público!

A brincadeira é a seguinte: o espaço do Aralume está aberto para postagens de convidados - que não precisam necessariamente ser passivos, ou seja, convide-se! Algumas regras:

1. A postagem inicia com um parágrafo escrito por mim, contando uma historinha: "Como conheci a/o [autor/a da postagem]?"
2. A seguir terá um parágrafo escrito pelo autor, contando a mesma história: "Como eu conheci a Carol".
3. É importante que sejam parágrafos curtos, já que esse não é o foco da postagem, mas só uma introdução. Ah, e um não vai ler a história do outro antes de serem publicadas...
4. Em seguida vem a postagem propriamente dita, sem cortes e sem censura!
5. Os temas continuam tão livres quanto sempre foram;
6. A periodicidade continua sendo "toda terça";
7. Vou intercalar com alguns textos meus, afinal, eu gosto de escrever e inspiração ainda não tem faltado, hehe!

Vou usar o e-mail da conta do Aralume pra receber os textos: caepece@gmail.com

As inscrições estão abertas!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Eu também vou reclamar!

Antes de mais nada, alguns esclarecimentos:

1. O conteúdo "rebelde" dessa postagem nada tem a ver com TPM;
2. Tampouco trata-se de um rompante explosivo de momento, pois venho "digerindo" esse assunto há alguns dias;
3. Apesar de estar amparada por atitudes centradas e racionais, não usarei de sutilezas e meias palavras... na verdade, quero abusar das palavras, letra a letra!

Ok, a essa altura você se pergunta: "afinal, o que está pegando!?"

Está pegando no meu calo. E o meu calo são as tão faladas, batidas e negligenciadas "questões ambientais". Cresci lendo "50 pequenas coisas que você pode fazer para salvar a Terra"; minha mãe fez parte do Grupo ECO e bem antes da Rio 92 eu já sabia o que era reciclagem; estudei Engenharia Florestal e desde o meu primeiro mês na faculdade me envolvi bastante com as "questões ambientais"; após concluir a graduação fiz mestrado em Recursos Florestais que, embora não tenha sido foco principal, também ampliou meu conhecimento, reflexão e prática nas "questões ambientais"; assim que acabei o mestrado, trabalhei na Fundação SOS Mata Atlântica, principal ONG ambientalista do Brasil; saindo da SOS Mata Atlântica, me envolvi com a produção de alimentos orgânicos, e pude conhecer um pouco mais de perto os bastidores da agroindústria... agora trabalho como profissional autônoma prestando consultoria em "questões ambientais".

Pra quem me conhece, nada do que disse acima é novidade, mas eu quis trazer esse breve currículo só pra lembrar que não se trata de "conversa de botequim". Não sou PhD no assunto, mas se tem algum tópico que eu posso falar com desenvoltura e algum aprofundamento, é justamente esse: as "questões ambientais".

Que o mundo está passando por sérias mudanças, não é novidade pra ninguém. Que o mundo parece estar de ponta cabeça, também acho que faz tempo que deu pra perceber. Mas às vezes eu flutuo em uma nuvem de otimismo e deixo isso um pouco de lado, afinal, não sou eu que vou salvar o mundo... só que não demora pra alguma sandice me derrubar com a cara no chão. Dessa vez, o início da minha revolta foi com uma propaganda imbecil da nova Sandália da Xuxa.

Você deve estar pensando: "ah, mas você vai esperar algo justo da Xuxa?!". Pois é, não é de se esperar mesmo... na verdade é pra esperar sim, o pior. Mas dessa vez ela pisou no meu calo! A propaganda começa com a tal criatura falando "vem que tá na hora de cuidar da natureza!". E eu: "opa, vamos ver no que vai dar...". Em seguida crianças brincam num cenário de natureza virtual e toca uma musiquinha infame. Ah, sim, a sandália. É de plástico!!! E vem com um relógio do boto rosa!!! Isso é cuidar da natureza?! Se você não viu, gaste 30 segundos e assista: http://www.youtube.com/watch?v=5-k-whzkqcQ Tem horas que a gente precisa de uma dose de revolta pra romper a inércia...

Isso até ia passar despercebido pelo Aralume, mas há uns dias tem outra coisa, muito pior, que vem me incomodando e hoje chegou ao extremo! São as propagandas veiculadas pela Conservation International, uma grande e respeitada ONG ambientalista norte americana. Eu tenho visto essas propagandas no canal Warner, mas no site deles também tem (http://www.conservation.org/).

A primeira que vi foi uma com o Harrison Ford (que depecpção Indy!). É uma cena bizarra, em que ele depila um pedaço do peito (?!), pra dizer que "toda vez que as florestas tropicais são queimadas, dói em nós aqui". O slogan da campanha é "Lost there. Felt here" e o aqui refere-se às pobres pessoas que estão lá na America, coitadas, que sofrem com as mudanças climáticas provocadas pela queima das florestas, que por sua vez são provocadas pelos ignorantes habitantes dos trópicos - nós, diga-se de passagem.

A queima das florestas é sim um assunto sério e importante no cenário global, mas está longe de ser a única razão pelo aquecimento da Terra e todas as suas consequências! O que me revolta é que esses idiotas desses americanos deveriam primeiro limpar a bunda deles, pra depois vir falar que a nossa não está assim tão limpa!

Tem um outro vídeo, super comprido, no qual um dado chamou minha atenção: segundo eles, "a queima das florestas tropicais representa 38% das emissões de CO2, e isso é maior do que as emissões de Estados Unidos e China juntos". Dei um pulo do sofá! Du-vi-de-o-dó. Corri pro Google, meu infalível oráculo, e encontrei uma matéria do Estadão que diz que a China é o maior emissor de carbono do mundo (http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,emissao-de-co2-de-emergentes-tem-de-parar-de-subir-ate-2020,446601,0.htm). Apesar do vídeo ser bem comprido, não são citadas fontes, então eu realmente não sei como eles chegaram a esse dado absurdo (aprendi que a estatística é a arte de torturar os dados até eles dizerem o que você quer :D). Enfim, é complicado aferir com precisão essas emissões, mas voltamos à questão anterior: será que o que vai resolver o problema é ficar jogando a "batata quente" pro colo do outro?! É tão difícil assim olhar no espelho?!

E hoje assisti o pior de todos: simplesmente é o dono da rede Wal-Mart (que por sinal é vice-presidente da CI), falando do quanto as "questões ambientais" são importantes na sua vida e um monte de blá, blá, blá. No meio dessa bobagem toda, ele solta que "precisamos cuidar dos oceanos, se quisermos ter peixe para comer no futuro" ?!?! Cacete! Olha a inversão de valores!!! Então o que justifica cuidar dos oceanos é ter peixe pra comer?! Ah, não se preocupe, já existem técnicas muito eficientes de produção de peixe em cativeiro... pode poluir à vontade!

E não é a "bancada ruralista" que tá falando todas essas besteiras, não é o Bush... é uma ONG importante! O mundo deve estar mesmo pra acabar...

Resumo da ópera: a "saída" - se é que há uma - não é bem pela porta das "questões ambientais", mas sim pela porta das "questões comportamentais". Como se diz, o buraco é mais embaixo... se o mundo está aquecendo, você tem culpa nessa história; eu tenho culpa nessa história. O problema não está ; o problema está aqui: está no meu carro, está no meu lixo, está no meu cocô, está nas coisas que eu compro, está nas coisas que eu como, está nas pessoas que me representam (e que, por sinal, eu que elejo). Enquanto cada um não interiorizar isso, não adianta ficar falando que os americanos são uns porcos e que a extração de madeira na Amazônia é um absurdo (paulista adora colocar a culpa nisso também...). Se a maior floresta tropical do mundo está diminuido, olhe pro telhado da sua casa e com certeza você encontrará um pedaço dela.

Se tem algo de bom nessas campanhas da CI é que eles enfatizam o quanto estamos conectados e o quanto as ações tem consequências globais, num curtíssimo espaço de tempo. Só que posto isso, o que cada um deve fazer é uma avaliação pessoal de suas atitudes, ao invés de botar o dedo no nariz dos outros ou simplesmente dar uma contribuição financeira para que a instituição assuma essa responsabilidade por você...

Enfim, nas "questões comportamentais" não tenho nenhum currículo formal, mas algumas pistas, algumas peças de um quebra cabeça, que vou jogando por aqui e a gente tenta juntar, incluindo as suas peças também. Pra encerrar a rebeldia - que tem seu valor, mas apenas em pequenas doses - cito o grande líder pacifista hindu, Gandhi:

"Seja a mudança que você quer ver no mundo".

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Pra começar com o pé direito!


Dentre todas as mandingas da época, a única que eu levo realmente a sério é a de começar o ano fazendo o que eu mais gosto: viajar! E é claro que não serve "qualquer" viagem... são necessários alguns requisitos básicos: natureza exuberante; água limpa; sossego; boas companhias; boa comida! Se der pra ter sol e poucas nuvens, melhor ainda.

No quesito natureza, meu bioma brasileiro preferido é o Cerrado; com relação à água, prefiro a doce e oxigenada da cachoeiras, mesmo porque é complicado conciliar sossego com água salgada em grandes feriados; como boas companhias estão em primeiro lugar meu marido e nossos cachorros, e logo em seguida os amigos queridos que compartilham dos mesmos anseios; a comida, basta que seja farta, colorida e vegetariana!

E foi com essa receita que resolvemos que a viagem desse ano seria para a Serra da Canastra. Foi a segunda vez que nos banhamos nas limpíssimas águas do São Francisco engatinhando, mas dessa vez em companhia de outro bebê, nosso sobrinho, ainda na barriga da mãe. Como sempre, foi uma viagem ótima... como sempre, um ou outro contratempo. O pior deles justamente com a nossa hospedagem, que abalou profundamente o meu humor, a ponto de querer voltar um dia antes, sem nem ao menos o tradicional banho de cachoeira do começo de ano. Ainda bem que resolvi "respirar fundo" - mais uma vez - e no fim tivemos um dia maravilhoso e fechamos a viagem com um saldo bem positivo.

Tem fotos no álbum do Picasa (http://picasaweb.google.com.br/caepece/SerraDaCanastra200910#) e abaixo seguem algumas dicas pra quem quiser se aventurar pelo roteiro:

Onde é mesmo?
A Serra da Canastra é bem grande e tem várias maneiras de conhecê-la. Grande parte é protegida pelo Parque Nacional da Serra da Canastra, onde é possível visitar a nascente do Rio São Francisco, sua primeira queda (cachoeira Casca D´Anta) e todas as sutilizas que os campos de altitude do cerrado oferecem. Um bom município de apoio é São Roque de Minas, onde ficamos dessa vez, mas também recomendo Delfinópolis e São João Batista do Glória, só que esses locais ficam longe do Parque e as atrações são outras (não menos interessantes!).

Deslocamentos
De Itu a São Roque de Minas foram exatos 500 km, percorridos em cerca de 7 horas, com direito a paradas despreocupadas. O percurso todo é asfaltado e "pedagiado", portanto, em boas condições (até a divisa com MG a estrada é duplicada... depois disso já é pedir demais!). É bom ir de carro, pois as atrações são meio longe umas das outras. Uma boa opção é levar bicicletas, principalmente pra andar dentro do Parque - sentimos muita falta da Margarida e da Barbarela... - mas prepare-se pra pedalar uns 50 km por dia!

Abrigo
Da primeira vez ficamos acampados, no Camping da Picareta, que é bem legal e tem uma cachoeira. O valor é R$ 10,00/pessoa para acampar e R$ 3,00 para visitar a cachoeira. O único problema é que em feriados fica bem lotado e tem poucos banheiros... Dessa vez alugamos uma casa, pois queríamos levar os cachorros. O contato foi com a Tamanduá Turismo e ficamos na casa da D. Maria - um terror! Nem quero entrar muito em detalhes, mas a tal da D. Maria fica num quartinho nos fundos da casa, bem esquisito; a casa também era meio suja, escura e abafada, credo! Bom, se alguém descobrir um bom lugar pra ficar por lá, por favor, me avise!

Alimento
Levamos toda a nossa comida e cozinhamos todos os dias. A cidade tem opções bem precárias de restaurantes, principalmente para vegetarianos, já que lá é "tudo na banha do porco" [suspiro]. Claro que não levamos queijo! Não deixe de provar o famoso queijo canastra! Ah, tem vários mercadinhos, então não precisa ficar pirando em levar absolutamente tudo... só não sei como são os preços, porque realmente precisamos comprar bem pouca coisa.

Diversão
O Parque é imperdível! Entrando pela portaria de São Roque (tem 4 portarias), dá pra chegar de carro na parte alta da Casca D´Anta (uns 30 km) e fazer uma trilha para vê-la por baixo. Na parte alta é ótimo pra "entretenimento aquático" e na parte baixa... bem, aí é pura contemplação de uma queda maravilhosa. Dessa vez não fomos, mas vale muito a pena. Uma outra opção é ir de carro (uns 50 km) e entrar pela portaria da Casca D´Anta. Ainda pela portaria de São Roque tem a cachoeira do Rolinho, que é minha preferida. Saindo da estrada principal, tem uma sinalização, aí em dado momento chega numa bifurcação: se for pela direira, dá na cachoeira e se for pela esquerda, chega na parte mais baixa do rio, onde tem um poço maravilhoso. Ambos são imperdíveis. Ah, na cachoeira, perca o medo da água fria e atravesse o rio: tem uma outra cachoeira ainda mais bonita do outro lado (dessa não tem foto porque é arriscado molhar a câmera... só ao vivo mesmo!). No caminho pro Parque tem o Camping da Picareta, que é uma boa opção de cachoeira mais perto e continuando na estrada tem o complexo Capão Forro, que também é muito legal. Tem mais cachoeira, é só ir assuntando... só se prepare pro estilo mineiro de dar informação, rs...

Vale a viagem
Se você gosta das "coisas da roça", não volte sem conhecer o sítio do Sr. Zé Mário! Fica no caminho pra cachoeira do Cerradão e tem uma sinalização indicando que tem queijo canastra. Lá ele produz o melhor queijo da região e o lugar é lindinho, super tradicional. Vá com tempo pra um "dedo de prosa".