quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Zzzzzzzzzzzz...

Resolvi dar férias pro Aralume... se você também estiver de férias e, portanto, com tempo livre, (re)leia a última postagem do ano passado, acho que ainda se aplica, rs... tem várias outras bem legais (modéstia passando longe). Agora deixa eu ir, que o sol me chama!!!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Saúde + Tempo + Dinheiro

Um vez ouvi que uma "maldição" nos acompanha pela vida: quando somos jovens, temos tempo e saúde para fazer o que quisermos, mas não temos dinheiro suficiente; na vida adulta, temos dinheiro e saúde, mas falta tempo; e quando chegamos à velhice temos tempo e dinheiro, mas a saúde, cadê? Fiquei meio chocada com isso e como estava na primeira etapa, me esforcei ao máximo para não deixar com que a falta de dinheiro me impedisse de fazer as coisas que eu queria.

Isso foi quando eu estava no colegial - hoje ensino médio - de uma escola pública. Enfiei na cabeça que queria cursar uma universidade pública, morar em outra cidade. E não foi dinheiro que me segurou! Meus pais ralaram, eu ralei e deu tudo certo. Ter me lançado no mundo, indo morar em uma cidade que eu nunca tinha pisado antes, foi a melhor coisa que fiz na vida até hoje, sem sombra de dúvida! Durante a graduação tive uma turma em que todo mundo era "duro" e, como tínhamos muito tempo e muita saúde, a falta de dinheiro às vezes até passava despercebida. Ô tempo bom!!! (toda essa nostalgia porque estive em Pira semana passada, dei uma andadinha pela Esalq e um turbilhão de lembranças e emoções me invadiu a mente e o coração).

Depois, quando comecei a trabalhar, senti o tripé pender para o outro lado. Agora eu estava ganhando dinheiro (relativamente ao que eu tinha antes, era bastante sim), continuava com uma ótima saúde, mas tinha que cumprir horários mais rígidos e adeus quatro meses de férias por ano... aproveitei a grana para encurtar distâncias e, consequentemente, ganhar tempo. Foi quando conheci a Patagônia e a Terra do Fogo, a primeira e (até agora) única vez que saí do nosso país. Tempo bom também, de algumas mordomias. Só que o mundo dá muitas voltas e de repente me vejo lá na primeira etapa de novo, ou não exatamente, pois o tempo está um pouco mais escasso. É isso que dá querer começar uma nova profissão...

Por outro lado, a saúde está cada vez melhor e minha nova filosofia de vida me acena com muitos e saudáveis anos de vida, então posso me dar ao luxo de começar de novo, como se tivesse dezessete anos. Na verdade, por mais clichê que seja, o mais importante de tudo é ter saúde, e para isso não meço esforços nem recursos. Já o tempo é nosso bem mais precioso, que se esvai em um piscar de olhos, como areia escorrendo pelos dedos. É preciso muita atenção! E tendo saúde e usando bem o tempo, conseguimos dinheiro, que vai nos fazer ganhar tempo e cuidar melhor da saúde.

Eu só acho que não podemos inverter isso, achando que precisamos, em primeiro lugar, ganhar dinheiro a qualquer custo, porque aí, quando você se der conta, sua saúde "foi pro saco" e o tempo passou...

Não sei se isso tudo que acabei de escrever é um auto consolo por não ter lá a quantidade de dinheiro que eu gostaria, mas me traz sim algum conforto ;)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Que tal se organizar melhor?

Vai chegando o fim do ano e começamos a deixar tudo para "o ano que vem". Não sei qual a explicação prática para essa onda, mas o fato é que acabamos embarcando nela, sem nem nos dar conta de que a passagem do ano nada mais é do que uma convenção social... falei um pouco sobre isso na última postagem do ano passado (A última do ano), que vale perfeitamente para esse, hehe.

É uma delícia fazer planos para o novo ano, como estar diante de um papel em branco, com muitos lápis de cor! Mas que tal sair na frente? Por que deixar para "o ano que vem"? Por que deixar para "segunda-feira"? Comece já! Na postagem "E na praia eu viajei pelos sertões", eu identifiquei minha primeira meta para 2011: ler Guimarães Rosa. Já comecei a ler "Manuelzão e Miguilim"!

Outra coisa que geralmente deixamos pra depois é uma organização melhor da casa, da vida, do trabalho... desde outubro eu participo do grupo Fly Lady (veja "A pia brilha" e "Livre-se de 27 coisas") e estou amando! Além das dicas diretas do sistema FLY tem também a contribuição dos membros do grupo, que acrescenta bastante. A Ana Afonso, por exemplo, é personal organizer e vive dando dicas, enviando planilhas e ela tem um blog bem legal, que inclusive está fazendo um sorteio de um kit organizador, veja lá: http://anaafonsoorganizer.com.br

E aí, vai esperar 2011? Só depois do carnaval? Ou quem sabe para quando você se aposentar? [essa foi cruel, rs...]

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A nobreza do cotidiano

Outro dia tive um insight: "não chame negligência ou irresponsabilidade de falta de sorte!"

Isso aconteceu enquanto eu meditava? Enquanto eu contemplava a beleza da natureza selvagem? Enquanto eu olhava os olhos puros de uma criança? Não, foi enquanto eu fazia um bolo! Tarefa banal, como a maioria das que fazemos. E não dá para tirar grandes e importantes ensinamentos das tarefas banais?!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Fundação Mantiqueira

No fim de semana passado estive mais uma vez na Fazenda Boa Vista, sede da Fundação Mantiqueira. A Fundação ainda não existe oficialmente, pois a burocracia para esse tipo de atividade é longa, complicada e cara... mas existe um grupo trabalhando para que ela se concretize o quanto antes! Eu e o PC fazemos parte desse grupo, e queremos que você também faça ;)

Existem várias formas de contribuir e uma delas é a financeira, através da filiação. A contribuição básica é de R$ 10,00 por mês e a filiação é válida por um ano. Você pode pagar tudo de uma vez - R$ 120,00 - ou em duas parcelas semestrais de R$ 60,00. Ao se filiar você ganha uma camiseta bem bacana (com opção baby look para as meninas =D) e durante a vigência da sua filiação você tem desconto de 20% no valor da hospedagem na Pousada da Fazenda Boa Vista, que já não é caro. Nas outras categorias de filiação, com contribuições maiores, o desconto na hospedagem chega a 50% mais um fim de semana grátis! Tudo isso está bem explicado no site da Fundação: www.fundacaomantiqueira.org


De qualquer forma, o legal é conhecer a Fazenda e o Lino e a Nívea, idealizadores do projeto. Eles estão doando a fazenda para a Fundação, incluindo a pousada, casa sede, casas de apoio e a parte mais preciosa: cerca de 30 ha de Mata Atlântica preservada, com muitas bromélias, samambaias, grandes árvores e uma água sem igual! A intenção com isso tudo é que o trabalho deles, de mais de 35 anos batalhando a conservação da Serra da Mantiqueira, tenha continuidade. Com a formalização da Fundação a fazenda poderá ser usada para cursos, vivências, trabalhos de pesquisa, centro de apoio a projetos socioambientais na região e tudo o mais que esteja de acordo com esse ideal de aliar desenvolvimento rural com conservação ambiental, levando em conta as plantas, os bichos, as águas, o ar, o solo, as pessoas...

Nas três outras vezes que estivemos na fazenda, era inverno, e curtimos muito frio, com muita lareira, fogão a lenha, sauna, cobertores e comidas quentinhas. Agora deu pra conhecer o lado "sol e calor" e explorar um pouco as cachoeiras que tem ali perto, uma delícia! A fazenda fica a uns 15 km da vila de Maringá, que é bem legal pra um passeio também e a uns 20 km da vilda de Visconde de Mauá, bem charmosa.

Em janeiro iremos pra lá de novo e quem quiser carona, é só dar um toque ;)

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Descobrindo novas imagens de mim mesma

Sempre fui meio moleca, bicho do mato, e nunca liguei muito para "fru-frus" femininos. No começo da adolescência quando, no meu tempo, as meninas iam descobrindo o universo feminino e suas frescuras, eu me juntava com as amigas para fazer banho de creme nos cabelos, esfoliação, etc... disso eu gostava - e continuo gostando! - porque tem um sentido de mais "utilidade", de cuidado. É diferente de passar esmalte ou maquiagem, que são só enfeite.

O esmalte eu descobri já depois dos 20 anos e até que embarquei numa onda divertida de vermelhos e pinks. A maquiagem chegou um pouco mais tarde, por conta de formaturas e casamentos e agora aos poucos estou incorporando esse novo hábito na minha rotina (!). Eu sempre fui meio revoltada com essas "obrigações femininas"... ai, ser homem deve ser tão mais simples!!! Banho com (um) sabonete, desodorante, short e camiseta. E eu, mesmo me considerando uma outlier do padrão "mulherzinha", uso dois sabonetes (um pro corpo e um pro rosto, claro!), shampoo, creme, óleo, hidratante, creme pro rosto... a composição do look também não é tão simples, porque tem que ter o sapato Y, com a saia X e a blusa Z... isso porque nem faço escova e estou adorando meus cabelos rebeldes. Ah, claro, depilação! (e se você é homem, nem venha me falar de barba, porque a diferença em centímetros quadrados é totalmente desleal!). Aí quando você acha que está pronta, vem todo o ritual da maquiagem. Base, corretivo, pó, blush, lápis, rímel, batom... só o básico! rs...

Mas o trabalho compensa e os elogios não tardam. Impressionante o efeito de uma maquiagem, por mais básica que seja. Eu ainda me sinto meio fake com a minha imagem, mas pelo menos estou numa relação estável e o querido marido me conheceu na fase cara lavada, portanto, não corri o risco do famoso susto matinal que certamente assombra alguns casais (não sei o que é pior de manhã, se a cara lavada ou a visão daquele urso panda que não tirou o rímel na noite anterior!).

Enfim, fico ainda no dilema de mostrar algo que seja compatível com a minha natureza. Também não quero virar escrava do consumo de itens supérfluos ou, pior ainda, achar que esses itens não são supérfluos!

Mas recomendo! Uma fórmula que me ajudou a não me achar uma drag queen é a seguinte: base, rímel, blush e gloss. Só! Dá um efeito de maquiagem sem maquiagem, super leve, mesmo com o rímel. Para ocasiões que pedem algo mais elaborado, entram o corretivo e o pó no preparo da pele (há uma polêmica se o corretivo vem antes ou depois da base e eu, sinceramente, não vejo muita diferença). Depois um lápis + rímel + delineador + sombra, enfim, o que a Elke Maravilha dentro de você pedir!

Em tempo: agradeço à minha irmã Ana Clara que me iniciou no mundo dos pós e pincéis e à minha monitora Carla Mader, que atualmente é minha grande incentivadora e a "culpada" por delineadores e batons ultrafixantes na minha rotina!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

E na praia eu viajei pelos sertões

Acabo de passar por um fim de semana estendido, de quinta a segunda, que me proporcionou uma avalanche de conhecimento e sensações. Estive em Saquarema, para mais uma edição do DeRose Festival, mas esse com um detalhe especial: apenas para instrutores. Parecia um feriadão com amigos na casa de praia. Só que eram cerca de 50 amigos, dentre os quais grandes Mestres e Professores. Muita prática, muito sol, muita risada, muito aprendizado, muitas reflexões. Esses festivais - inclusive os que são abertos aos alunos - são uma demonstração prática das características comportamentais do nosso Método; não precisa falar nada, na hora você entende o que é "alegria sincera" e como ela se relaciona com "seriedade superlativa". Também fica claro o que é "público identificado" e "sentimento gregário". Basta olhar, basta mergulhar. E aí você se depara com a última e não menos importante característica, que é a "lealdade inquebrantável". É natural.


Além da companhia extremamente agradável dos meus colegas instrutores, estive também em companhia do livro Travessia, da Juliana Simonetti. Trata-se de uma reportagem sobre o sertão de Guimarães Rosa, escrita ao longo de dez dias no sertão mineiro, refazendo o mesmo trajeto da comitiva que Guimarães fez no ano de 1952 e que inspirou Grande Sertão: Veredas e Corpo de Baile.


Confesso, envergonhada, que nunca li Guimarães. Já tentei, mas acho que foi em momentos não propícios, sei lá, não rolou. Acabo de encontrar a primeira das minhas metas para 2011 ;)

Mas independente da literatura de Guimarães, o livro da Juliana me emocionou muito. Não sei se pelo clima já propício do Festival, com emoções mais à flor da pele; não sei se porque eu adoraria estar no lugar dela em cima da mula Morena pelas veredas; provavelmente pelas histórias das pessoas que ela encontrou no caminho, com sua sabedoria sertaneja; sem dúvida pelo projeto do Grupo Miguilins de Cordisburgo, realizado por uma prima de Guimarães, já aos 70 anos de idade, e que transformou a vida de muitos jovens e crianças esquecidos nos confins das Gerais. O fato é que lágrimas me vinham aos olhos com uma frequência pouco comum durante leituras.

Gostaria de expressar publicamente os meus parabéns à Juliana e ao Roger Sassaki, responsável pelas lindas fotos. Não poderia deixar de parabenzar também a Elke Coelho, que fez as xilogravuras que ilustram o livro. Trabalho de primeira, daqueles que enchem os olhos e o coração!

Conheça mais sobre o projeto no site: www.livrotravessia.com.br

Por ser resultado de um projeto de incentivo à cultura, o livro não é vendido. O meu exemplar foi trocado por um outro livro, no primeiro sarau das Benditas Leitoras em Itu. A primeira edição está esgotada e espero que a equipe do livro consiga logo apoio para as próximas!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Tempo traz sabedoria?

Semana passada eu fiz mais uma das visitas (quase) mensais que faço ao meu dentista. Estou desde o começo do ano em um tratamento de biocibernética bucal (?!). Não vou me atrever a explicar o que é, pois certamente confundiria mais do que esclareceria... mesmo porque eu não sei se todos os dentistas biocibernéticos são como "o meu". Não sei se sua abordagem do ser humano é condição para o exercício dessa prática, ou se é uma coisa dele mesmo.

O fato é que nunca vou me esquecer da primeira vez que estive lá. Saí num misto de choque com euforia. Choque porque em poucas horas (a primeira consulta durou quase três horas) o meu universo se ampliou tanto, de uma forma até assustadora. E euforia porque, finalmente, eu havia encontrado alguém com a capacidade de me mostrar "luz no fim do túnel" para o caos civilizatório que estamos vivendo. Sim, tudo isso porque eu estava descontente com o alinhamento da minha arcada dentária inferior!

Desde então venho experimentando aquela sensação de "nó na garganta" com uma leve vontade de chorar, toda vez que o vejo, ou para ser mais precisa, toda vez que o ouço falar. Não vou entrar aqui em detalhes, mas caso você tenha algo a "consertar" na sua saúde (e quando falo saúde me refiro a todas as esferas...), me fale que eu os coloco em contato. Com uma consulta você já vai poder sentir se "é a sua" e, no mínimo, você terá conhecido uma pessoa incrível, com uma sabdoria que quem viveu muito bem seus setenta e tantos anos.

E por falar em anos vividos e em sabedoria, um dos aprendizados que tive nessa última conversa foi o de que devemos prestar mais atenção aos anos vividos de cada um. O simples passar do tempo não traz sabedoria, mas quem viveu mais, viu mais, sentiu mais, fez mais (mesmo que o "fazer" não seja tão explícito em termos de realização). Se você tem que lidar com uma pessoa mais jovem, lembre-se que você já passou pela fase de vida na qual ela se encontra, mas ela não passou por todas as outras que vem depois, até chegar na sua. É você que precisa entendê-la e não o contrário! Isso tem um valor muito importante ao lidar com crianças... é o adulto que precisa entender a criança, e não a criança que precisa entender o adulto! Não é demais?! Eu nunca tinha parado pra pensar nisso...

Agora fazendo uma interpretação minha: quando a gente tem que lidar com subordinados no trabalho, mesmo que o nosso tempo vivido seja menor que o deles, acho que conta muito aí a experiência no trabalho em si. Se sou colocada numa posição de comando é porque alguma característica minha foi identificada para tanto, logo, eu que sou "a mais vivida" e, portanto, eu que preciso entender meus funcionários. Lembrei agora do livro "O monge e o executivo", que fala de liderança. Não cheguei e lê-lo todo, mas a ideia é de que um bom líder sabe identificar e suprir as necessidades dos liderados.

Frequentemente as pessoas se queixam de ser incompreendidas. Talvez justamente porque não haja um esforço coletivo em compreender o outro. Ouvir, observar, retribuir.

Ah, meus dentes? Vão muito bem, assim como todo o "resto"! =D

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Livre-se de 27 coisas!

Na verdade são 54... bom, eu estou decolando como Fly Lady (leia aqui sobre isso) e como toda novidade, no início a gente fica assim, meio obcecado e com vontade de contar pra todo mundo! (eu fico, você não fica?).

Uma das primeiras e constantes tarefas de uma Fly Lady é se livrar das tralhas: "você não pode organizar a tralha, pode apenas livrar-se dela!". Pra isso tem uma ferramenta divertida, que é toda quinta-feira (ou um dia que você defina, mas tem que ser toda semana) pegar um saco de lixo e "correr pela casa" (adoro isso) catando coisas que são lixo, até chegar em 27 itens. Por que 27? Ah, sei lá, mas é divertido. Na primeira vez você pensa: "que absurdo, eu não guardo lixo, eu não tenho 27 coisas pra jogar fora em casa!". Mas tem, acredite, você tem! E, pior, você sabe exatamente onde elas estão, rs...

Finda a primeira parte da tarefa, você pega agora uma caixa e "corre pela casa" à procura de 27 itens para doar. Só para quando chegar em 27 e quando chegar em 27 você para! (não vai inventar de gastar o dia todo numa faxina no guarda roupa, não é esse o objetivo!). Na primeira vez você até vai lá, separa umas roupas e pensa, "fácil". Na segunda semana você já tem uma certa dificuldade em doar 27 coisas.... na terceira semana começa um importante processo de desapego!

Duas perguntas servem como base nessa tarefa. Ao pegar um objeto você pergunta: "eu o amo?" e "você me é útil?". Se a resposta for positiva para qualquer uma delas, ele fica, mas se for negativa para ambas... ou lixo ou doação! (cuidado ao fazer essas perguntas pro marido/esposa, huhuhahahaha!).

E como resultado disso eu fiquei com vontade de fazer uma Feira de Trocas, pois tenho várias coisas em casa que não amo e não me são mais úteis, mas podem me render coisas úteis ou "amáveis"... (o marido eu amo, e muito! E ele ama taaaaaaantas coisas além de mim :S ).

Se você gostar da brincadeira e quiser participar da Feira de Trocas, deixe um recado aqui e a gente vai se falando. Provavemente será em algum fim de semana de janeiro, em casa, em Itu.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Mais uma figurinha pro álbum!


Pessoas gostam de colecionar as mais diversas coisas. Eu coleciono lugares. Esse tipo de coleção, além de não acumular "tralha", tem uma característica muito peculiar, pois os itens colecionados não se repetem. Mesmo voltando em um lugar já conhecido, ele nunca é o mesmo, as companhias são outras, eu sou outra. Mas nada como visitar um lugar totalmente novo!

E foi o que fizemos nesse feriado, eu, o PC e a Dalva, a nossa super Pajero 4x4, em sua viagem de estréia. O roteiro escolhido foi a Serra da Bocaina, e essa é uma daquelas figurinhas com margem dourada, pois o lugar inclui um Parque Nacioal e eu adoro Unidades de Conservação, ainda mais Parques Nacionais.


Outra coisa que nos atraiu para o roteiro foram algumas descrições do tipo: "a portaria do Parque fica a 28 km da cidade, por uma estrada em condições precárias"; "chega-se à cachoeira depois de percorrer um longo de trecho de serra, com estrada em condições precárias"; "acesso somente com veículos tracionados". Era tudo o que a gente queria!

Chegamos em São José do Barreiro já à noite e fomos direto pro Camping da Dona Esmeralda, que tínhamos encontrado na internet. Fomos muito bem recebidos, armamos a nossa barraquinha, fizemos um jantar, banho e cama. No dia seguinte acordamos sem pressa, tomamos café e saímos para o Parque. As descrições não são exageradas e após chacoalhar por mais de uma hora, chegamos à portaria e deixamos a Dalva descansando... agora era a vez das nossas perninhas trabalharem um pouco. Meia hora de caminhada muito tranquila e lá estava a Cachoeira de Santo Isidro, com suas águas extremamente geladas! Um banho rápido e logo já estávamos voltando, pois o céu não estava dos mais amigáveis...

Comemos um pastel no centrinho lindo de S. José e voltamos pra "casa". Mais um jantar preparado no kit Montana, um pouco de leitura à luz de lanterna.

No domingo fomos pra Bananal, parando para fotografar os casarões antigos, as pracinhas, a vida pacata do Vale Histórico. Almoçamos no centro, conhecemos a Pharmácia Popular com suas curiosidades e relíquias e mais um longo trecho de estrada "precária", até chegar ao Camping Chez Bruna, que pegamos a indicação no Guia 4 Rodas. A estrada tem um visual de tirar o fôlego e o camping é uma graça. Chegando lá fomos até a Cachoeira da Usina, na companhi da Mel, uma cachorrinha muito simpática, e de um curioso papagaio, que nos seguiu na ida e na volta. Dessa vez, nada de banho... a neblina já estava logo acima de nossas cabeças e a temperatura despencou.

Jantamos no restaurante do camping, uma comidinha preparada pela própria Bruna, que manda muito bem! Depois uma fogueira e... cama! Choveu a noite toda e quando comentamos que a barraquinha estava firme e forte, começaram a despencar umas goteiras, que nos fizeram correr pro café da manhã. O roteiro teve que ser mudado em função da intempérie... enfiamos tudo dentro do carro e descemos a serra, com uma vontade imensa de voltar em breve! O que ficou faltando foi conhecer a Cachoeira do Bracuí, ali pertinho da Bruna, que tem vista pro mar!!! Também não me conformo de não ter passado na Fazenda da Sinhá Moça (sim, a Fazenda onde foi filmada a novela! Eu sou muito fã dessa novela, rs...).

A viagem foi ótima, a Dalva se saiu muito bem. Só o visual de natureza que deixou um pouco a desejar... os tempos áureos do café deixaram lindos casarões e um preço alto na terra castigada do vale e pé da serra. A trilha do ouro, que dura três dias de caminhada e termina em Angra, deve proporcionar paisagens mais exuberantes, ficamos com muita vontade de fazê-la.

Se você quiser conhecer a região, seguem as dicas dos locais por onde passamos:
- Camping da Dona Esmeralda, em São José do Barreiro: diárias a R$ 10,00/pessoa; café da manhã R$ 10,00/pessoa. Local grande, simples, mas com boa estrutura básica;
- Camping Chez Bruna, em Bananal: diárias a R$ 25,00/pessoa ou R$ 60,00/pessoa, incluindo café da manhã e uma refeição (optamos por essa forma, já que lá não tem um lugar legal pra cozinhar, ainda mais com chuva). É muito agradável e bem cuidado, mas com apenas um banheiro feminino e um masculino, então em alta temporada deve ficar meio complicado...

Veja todas as fotos, com legendas, no nosso álbum do Picasa.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Você rouba?

"Ah, só um pouquinho, só de vez em quando..."

O que é "um pouquinho"? O que é "de vez em quando"? O que você diria a uma pessoa que desse essa resposta?

E se a resposta fosse mais contundente: "Sim, eu roubo", qual seria a sua reação? Será que essa pessoa é cleptomaníaca? Ou será que é um desonesto convicto? Eu diria que é apenas sincera...

É minha gente, é duro admitir, mas sim, eu tenho roubado. E não pense que vou descambar para algo do tipo: "eu roubo um beijo, eu roubo uma flor para o meu amor". Eu roubo dinheiro mesmo. E roubo de você, inclusive. Que feio, que triste... eu não quero mais fazer isso.

Deixa eu explicar, pelo menos. Desde que comecei a trabalhar como profissional autônoma, não tenho mais meus impostos retidos na fonte. Quando eu era assalariada era muito fácil, pois já vinha tudo descontado e no final eu ainda ganhava uma boa restituição de Imposto de Renda, então ficava aquele sentimento de que estava "saindo no lucro".

Mas agora quem controla o pagamento dos impostos sou eu e em muitos casos faço trabalhos para clientes que não pedem nota fiscal, pois o valor dos tributos é repassado para eles. Quando a pessoa não "precisa" da nota, ela acaba ganhando esse desconto referente aos impostos, que é de 17% no caso da minha empresa. Bom, que o valor dos impostos é repassado para o cliente/consumidor, não é novidade nenhuma, vide a Nota Fiscal Paulista, que reembolsa parte dos impostos para o consumidor. Mas por outro lado, é obrigação do prestador de serviço/comerciante emitir nota fiscal.

(Você está achando isso um absurdo? Eu sonegar impostos? Ou está pensando que é uma coisa que "todo mundo faz"? Pois saiba que é sim uma coisa que "todo mundo faz", mas claro que isso não justifica que eu ou você façamos também)

Enfim, essa ficha me caiu (como uma bomba) só agora, talvez por conta da época de eleições e do recorrente assunto da corrupção no Brasil. Eu fiquei em estado de choque quando senti na pele o quanto eu sou desonesta, corrupta e ladra. Eu não vejo diferença nenhuma entre um político que desvia verbas e uma pessoa que não paga seus impostos. E não me venha com "ah, mas Fulano desviou milhões de reais", ou "mas o político tal comprou uma mansão com o dinheiro que dava pra construir não sei quantos hospitais e escolas". Caímos de novo na questão de "o que é pouco?", "o que é muito?". Roubar um Real pode? E dez? E mil? Ah, mas um milhão não pode...

E se você disser que "não vou pagar imposto pra ir pro bolso de político corrupto", juro que se fosse pessoalmente eu ia ter que invocar todas as técnicas milenares do yôga, e outras mais que trago na minha bagagem, para não pular no seu pescoço! (mas mesmo assim pense muito bem antes de falar uma asneira dessa, porque entre as tais técnicas na bagagem tem alguns meses de Boxe Tailandês, rs...).

O que o "político" vai fazer com a verba que tem na mão é problema dele. Ele foi eleito por um sistema democrático, ele representa uma maioria que confia nele. Claro que isso não é garantia de que tudo será um mar de rosas, e realmente o mar está mais pra lama do que rosas... mas também não é justificativa para que você se corrompa também! Senão, onde vamos parar?

Não tem nada mais gratificante e tranquilizador do que a sensação de "eu fiz a minha parte". Nem sempre nos damos conta de qual é a nossa parte, mas ir tomando consciência disso é o caminho da evolução. E conforme sua consciência vai ampliando, a "sua parte" aumenta na mesma proporção. Eu costumo dizer que a ignorância redime. Dizer "eu não sabia" pode ser uma ótima desculpa, mas a partir do momento em que você sabe, aí já não tem mais jeito.

Mas tome muito cuidado com a redenção da ignorância, porque ela é traiçoeira. É melhor a gente se antecipar e saber, conhecer, do que esperar que o "eu não sabia" nos livre das consequências. Se você "não sabia" que no rio tinha piranhas, não é isso que vai fazer com que elas não o comam...

PS - eu não vou pedir desculpas pelo tanto que já roubei, porque isso não passaria de blá, blá, blá. Eu vou é ser extremamente rigorosa com a minha prestação de contas a partir de hoje. E vou pensar numa forma de ressarcir a sociedade... ainda não sei qual, mas assim que souber conto pra você. Aceito sugestões ;)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A pia brilha!

Não, não é nenhuma expressão idiomática, metáfora ou enigma. A pia da minha cozinha está brilhando! E isso porque ontem foi o meu primeiro dia no sistema FLY e essa é a primeira missão: Faça sua pia brilhar!

Este é um sistema americano/estadunidense (sim, de vez em quando eles fazem algo que preste) para organização do lar e que vai até mais fundo, fazendo com que a gente desenvolva uma relação mais saudável e harmoniosa com a casa, a rotina, os afazeres e o cuidado com nós mesmos - não é demais lembrar que nosso corpo físico é nossa primeira morada!

FLY é uma sigla que significa "Finally Loving Yourself". No meu caso é um pouco de exagero esse "finalmente" amando a si mesma, pois eu sempre me amei, mas após o primeiro dia de prática deu pra sentir o incremente na auto estima que uma pia brilhando é capaz de proporcionar (será que você está achando que eu fiquei louca?!).

O sistema é baseado em pequenos passos, uma coisa de cada vez. Quando eu li que no primeiro dia TUDO que eu tinha pra fazer era deixar a pia brilhando, foi instintivo um sentimento de desdém, do tipo, "ah, tá, depois eu faço isso, agora vou cuidar do relatório, das minhas aulas, do meu cachorro...". Mas aí eu parei e pensei: "quanto tempo eu levo pra deixar a pia brilhando?". Arregacei as mangas eu fui lá... acho que levei uma hora. Não tinha muita louça pra lavar, mas quando eu faço uma coisa, levo a sério: escovas, escovinhas, bucha, sabões, esfrega, esfrega, lava, lava, seca, seca. Pronto, a pia brilha!

O sentimento de "ter conseguido" é muito legal. O sentimento de estar adquirindo uma disciplina, de se propor a fazer algo e realmente fazer, por menor que seja este "algo", traz muito poder. Essas coisas não são novidade pra mim, pois no Método DeRose trabalhamos isso constantemente, faz parte inclusive do nosso Código de Ética (auto superação). O que me deixou feliz foi a parte mais prática mesmo, pois alguém já montou um sistema pra organizar a rotina... às vezes me sinto meio fracassada por não conseguir cuidar da casa e cia., como eu gostaria.

E com isso tudo vem questões de ordem mais filosófica... num passado não muito distante, a mulher vivia oprimida, cuidando da casa, marido e filhos, sem reconhecimento, sem voz ativa. Aí veio o feminismo e jogou a mulher no mercado de trabalho, mas as atribuições anteriores continuaram, por mais que o discurso fosse outro, de igualdade entre os gêneros, blá, blá, blá. Igualdade nunca haverá, pelo simples fato de sermos diferentes. E aí, como fica?

Eu acho lindo esse arquétipo da "dona de casa perfeita". Olhe a figura abaixo, uma mulher bem vestida, bem penteada, bem maquiada, indo fazer um bolo. Aposto que ela tem um marido bem sucedido e filhos adoráveis... quem sabe até um cachorro peludo e simpático.


Por outro lado, a gente quer nossa independência financeira, a gente quer reconhecimento, a gente quer sentir que está produzindo algo (mesmo que "produzir" filhos bem educados, saudáveis e felizes seja uma grande façanha e um feito digno de louvor, a sociedade ainda não reconhece isso a ponto de sentirmo-nos gratificadas). Aí você tem o arquétipo da "executiva de sucesso". Veja abaixo uma mulher também bem vestida, bem penteada, bem maquiada, na sua mesa de trabalho, com seu computador, fazendo coisas importantíssimas. Só que quando penso na família dela, já não sei se ela é casada, se tem filhos... justamente porque esses não são os seus indicadores de sucesso.


Será que essas duas mulheres se encontram quando a executiva chega em casa?

Será que não é possível ter esses dois arquétipos - e tantos outros - numa mesma mulher?

Acho que esse é o grande desafio da "mulher do terceiro milênio": assumir mais nossas múltiplas personalidades. Mulher é lua. Apesar da essência ser sempre a mesma, ela vai se mostrando de formas diferentes.

Mas voltando ao sistema FLY, a minha missão de hoje era acordar e me arrumar: colocar uma roupa decente, calçar sapatos, pentear o cabelo e passar maquiagem, "nem que seja um brilho ou batom". Pensei: "daqui a pouco eu vou sair e precisarei fazer isso tudo mesmo, então deixa eu ver os e-mails antes". Ai, como a gente é teimoso e indisciplinado... até comecei a escrever aqui, ainda de pijamas, mas o ímpeto da auto superação me pegou e fui fazer a minha tarefa. Agora estou arrumada, com batom, lápis no olho e tudo o mais. Engraçado como isso muda o astral...

Ah, sim, apesar de eu ter falado de mulheres, da nossa posição na sociedade, etc, esse sistema pode ser adotado por homens também, afinal, o "homem do terceiro milênio" cuida da casa, faz comida e também tem suas crises de auto estima, rs... mas não vá me virar um metrossexual, hein?! hehe...

Se quiser conhecer mais sobre o FLY, tem um grupo no Yahoo que chama "FlyingInBrazil". Quem me apresentou esse mundo fantástico das listas de e-mail foi a Carol Mendes, que desde que ficou grávida se encantou com essas comunidades virtuais, encontrando uma fonte bacana de informações e apoio.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Coisas que eu gosto!

Devo confessar que hoje estou com pouca inspiração... talvez seja por conta de trabalhos acumulados e prazos vencendo; ou porque a casa está uma "zona" e eu até gostaria de arrumá-la, mas aí tem os tais prazos; pode ser também porque o segundo turno aproxima-se e não aguento mais as pessoas dizendo "Dilma não", com seus confortáveis salários acima da renda per capita do país (quase escrevi sobre isso, mas não tenho cacife pra tanto...). Outros assuntos me passaram pela cabeça, mas não consegui desenvolver nenhum deles. Aí, diante dessa "inhaca", lembrei de um dispositivo que uso nesses momentos: eu tenho uma caixa de primeiros socorros imaginária, que é uma lista das coisas que eu gosto, das coisas que me deixam feliz (aquela felicidade bobinha, mas que em momentos de emergência é muito bem vinda).


- Música
Efeito instantâneo e de total auto suficiência, porque se não tenho nenhum aparelho que a reproduza, eu canto! "Quem canta, seus males espanta!". Mas agora com essa história de iPod, fica tudo mais fácil, e posso cantar com acompanhamento instrumental, rs... E junto com a música, vem a dança... o Antonio Nóbrega fala que todo mundo deveria dançar pelo menos um pouco por dia. Concordo com ele! Pra dar um "clima de balada", a trilha sonora de "Priscila, a Rainha do Deserto"; pra ficar "me achando", a "Carolina", do Seu Jorge, é infalível! E faz tempo que estou numa fase Choro... agora estou ouvindo Bachianinha, na interpretação do Rafael Schimidt. Não tem como não ficar feliz na hora, pelo simples fato de existirem no mundo pessoas que produzem esse tipo de delicadeza.

- Banho cheiroso
Também tem efeito instantâneo e é relativamente fácil de obter. Para mim existem poucas coisas mais prazerosas do que aquele banho cheio de "potinhos": creme pro cabelo, esfoliante, óleo, bucha, escovinha, um sabonete especial... quando eu morava no sítio, fazia uma infusão com alecrim, hortelã e manjerona, tudo da horta, e despejava no corpo por último... à luz de velas. Simples, barato, eficiente! Um dos meus sonhos de consumo é uma banheira, ainda chego lá! Sauna eu também adoro... a da Fazenda Boa Vista é uma delícia e a da casa do Charitro, em Itamonte, tem um riozinho do lado, gelaaaaaado, um luxo - ficam "um pouco" longe, mas só de lembrar que um dia estive lá e que vou voltar em breve, me alegra.


- Cachorros
Quando estou trabalhando em casa geralmente o Pajé fica debaixo da mesa, e de vez em quando eu passo os pés nele, ele é tão fofo! Aí eu levanto, ele vem atrás, o Jawa também, aperto as bochechas dele! É muito legal ter essas companhias... quando a gente sai pra passear a cidade fica com outra cara. Quando estou viajando, ou mesmo andando por aí, sempre que vejo um cachorrro ele me traz pelo menos um sorriso (claro que existem cachorros mal tratados, e isso me dói muito...).


Ah, tem taaaaaaaaaaanta coisa que eu gosto no mundo! Tem tanta coisa que me alegra... muito mais do que coisas que me entristecem e por isso eu vivo, senão, pra quê?!

Essas que listei acima são as que usei agora... a Bachianinha está no repeat, meus dois cachorros estão aqui do meu lado e logo vou tomar aquele banho com ervas, que faz muito tempo que não faço. Pronto, o "bode" foi embora e preciso voltar ao trabalho ;)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pra não dizer que não falei das flores

Eu até acho que deveria falar das eleições e seus resultados bizarros. Mas, sinceramente, não estou com saco pra isso... fiquei meio mau humorada de domingo pra cá!

Por enquanto, a única coisa que tenho a declarar é que não vou votar no segundo turno. Não tenho a menor vontade... não quero escolher o "menos pior"; minha escolha já foi feita e devo me resignar ao sistema democrático em que vivemos.


Então trago aqui pro Aralume a divulgação da nova edição da Revista Viverde, onde tenho uma coluna. Só que nesse mês ganhei um espaço de grande privilégio, pois escrevi a matéria especial da edição! Estamos fazendo uma série sobre os biomas: o primeiro foi a Caatinga e agora eu escrevi sobre o Cerrado, minha grande paixão!

A matéria é ricamente ilustrada com fotos do Paulo Cesar (uma cachoeira e vááááárias flores) e você a encontra na íntegra, assim como os outros artigos da revista, no site www.revistaviverde.com.br


terça-feira, 28 de setembro de 2010

Eu sou assim

Eu gosto muito da Revista TPM (Trip pra mulher), pois ela sai um pouco do banal que geralmente impera nas revistas femininas. Acompanhei fielmente a publicação nos três primeiros anos, depois "dei um tempo" e de vez em quando eu volto a dar uma olhada (na edição do mês passado saiu até uma matéria com a minha irmã! Leia aqui).


Só que uma nota da seção "Badulaque" desse mês me deixou meio preocupada. Veja a seguir, e abaixo eu digo o por que da preocupação:



Lugar de família é no Orkut!
Viemos alertar sobre a constante invasão da família no Facebook. É a nossa vida virtual!

"Sem medo de parecermos más, viemos alertar sobre a constante invasão de mães, tios e primos no Facebook. Não, não queremos que eles saibam tudo de nossa vida virtual. Prontofalamos.
No século passado, o Orkut era para poucos. Só as pessoas que eram obcecadas por internet faziam parte da rede. Até que primos e, para pavor dos usuários, mães e amigos de infância começaram a fazer parte do site. Tudo deu certo porque logo apareceu o Facebook. Migramos para lá e largamos a parentada no Orkut. O problema é que agora as mães descobriram o Facebook!
Sabemos que estamos sendo politicamente incorretas, más e infantis ao falarmos isso. Mas vai dizer que não é verdade? Você quer mesmo que os seus pais e primos distantes te vejam bêbada com uma roupa bizarra em uma festa? Detectamos também outro problema. Amigos desta revista relatam que seus filhos pré-adolescentes também entraram no Facebook!
"Eu não desejo para a minha mãe que ela entre no Facebook", diz o estudante Boo Svalbard. Segundo ele, seria péssimo para a mãe "ver as coisas que ele faz". "E ela iria entrar para o FarmVille e ficar me pedindo para ajudar a comprar planta", diz o garoto, que respirou aliviado quando o seu pai teve o Orkut interditado pela mãe. "Ela ficou com medo de ele entrar em comunidades de encontros."
O cineasta Felipe Dallanese, 30, arrumou um jeito de lidar com "primos distantes" que começaram a entrar no Facebook. "Você pode fazer listas e escolher o que as pessoas que estão em cada uma podem ver", conta. E continua. "Fiz uma lista que dá mínimo acesso a pessoas que eu não conheço e parentes." Sim, essa pode ser a solução. Se você não quiser que um parente distante escreva no seu mural algo do tipo "não sabia que você tinha amigo travesti".
Mas nem tudo tem solução. Algumas mães, por exemplo, passaram a seguir as suas filhas no Twitter, como maneira de saber o que elas estão fazendo. "A minha mãe é a minha maior stalker", diz a editora de sites da Trip, Flávia Durante. "Ela entra todo dia para me vigiar!" E dar block na mãe pode? Melhor não, né?"

Bom, a primeira coisa que eu pensei quando li isso foi: se você não quer que te vejam "bêbada com uma roupa bizarra em uma festa", então NÃO VÁ COM UMA ROUPA BIZARRA A UMA FESTA E NÃO FIQUE BÊBADA! - Eu até pensei em dizer: NÃO COLOQUE A TAL FOTO NO FACEBOOK, mas do jeito que a vida privada anda cada vez mais pública, nada impede que outra pessoa faça isso por você... Ah, mas vou ficar me reprimindo? Se a resposta for essa, chegamos realmente a um impasse... o que te impede de assumir seus gostos e seus atos? Por que precisamos ser "boas moças" diante da família, mas quando estamos entre amigos podemos "soltar a franga"? Há uma incoerência aqui.


E qual o problema de assumir o seu amigo travesti? Se você tem uma família extremamente "careta", imagino que não deva ser nada fácil, mas eu acho muito importante ir "educando" a família, mostrando os outros lados ou, simplesmente, pedindo respeito... entendo que isso dá um certo trabalho, demanda mais energia. É tão mais fácil tapar o sol com a peneira... mas é tão covarde também.


Talvez essa minha indignação seja porque eu tenho uma família tão bacana, que nunca me "causou problemas"; ou também porque minha vida é "um blog aberto". Mas até que entendo essa preocupação com a "privacidade virtual" (embora que, uma vez que esteja na rede, já era nêga!). Quando passei a divulgar o Aralume no rodapé do meu e-mail, no começo eu apagava o endereço quando mandava um e-mail de trabalho, afinal, "vida particular e profissional não se misturam" e aqui no Aralume eu não tenho frescura nenhuma, escrevo o que der na telha mesmo. Até que chegou um momento que eu falei "Quer saber?! Dane-se!". Eu prefiro que as pessoas me conheçam, para correr menos risco de decepções e mal entendidos. Lá está o endereço do Aralume no rodapé do meu e-mail... quer quiser entrar, entra; quem quiser achar que eu sou uma louca, que ache; se não quiser me contratar porque eu voto na Marina, azar o seu; se acha que eu sou uma pervertida por ficar falando de sexo por aí, fique longe de mim mesmo; se "pega mal" soltar um ou dois palavrões de vez em quando, sorry.


Como diz o Paulinho da Viola: "Eu sou assim, quem quiser gostar de mim, eu sou assim!". Só que não entenda esse "sou assim" como, "sou assim e não vou mudar nunca"... muito pelo contrário! Eu "sou assim, um ser humano em constante mutação" (adoooooro a Metamorfose Ambulante!). O fato de eu me mostrar como eu sou, independente das consequências, não significa que eu não leve em conta a opinião das pessoas. Levo sim, e como levo! Fico às vezes "matutando" dias em cima de algum comentário que fazem a meu respeito... "ah, você é muito isso; você é muito aquilo; você precisa ser mais x; ser menos y". O legal da gente se mostrar sem máscaras (e a gente acaba colocando alguma, mesmo inconscientemente), é que os retornos também costumam ser mais verdadeiros, e isso é muito bacana pro aprimoramento pessoal. A gente precisa muito ouvir, peneirar e aplicar esse feedback que as pessoas nos dão a todo momento. Mas se você insiste em fazer uma imagem de "boa moça", enquanto lá dentro quer mais é enfiar o pé na jaca, aí não funciona... essa ajuda externa nunca vai ser acertada e você vai continuar falando "fica quieto que você não me entende!"... claro, você não explica!
  
A Ana Clara, minha irmã, uma vez colocou isso de uma forma muito prática, que eu uso "na vida e na prova": se as pessoas, ainda mais pessoas que eu gosto, nas quais eu confio, vivem me dizendo que eu sou muito isso, ou pouco aquilo, por mais que eu ache que não, é um ponto a ser pensado. Não é possível que de repente todo mundo ficou louco e só eu sou a lúcida... talvez eu nem seja mesmo muito isso, ou pouco aquilo, mas a forma como eu venho me mostrando é. Think about...

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Já escolheu seus candidatos ao Senado?

Eu escolhi um: Ricardo Young, 430. Veja abaixo o perfil dele (recebi num e-mail):

O pai, fundou a escola de idiomas Yazigi e a  Fundação SOS Mata Atlântica. A mãe, foi premiada pela UNESCO por seus programas para capacitação  profissional.

Começou a trabalhar na empresa do pai aos 16 anos  e levou-a ser um dos maiores cases de sucesso de franquias no  mundo.

Fundou a Associação Brasileira de Franchising e  foi presidente da associação por 3 mandatos consecutivos.

Fez parte dos movimentos estudantis na época da  ditadura militar brasileira. Atuou na AP – Ação Popular, mas abandonou o movimento devido à sua crença na não-violência.

Começou a praticar sustentabilidade antes mesmo do termo ter sido inventado, e por isso foi um dos redatores da Carta da  Terra – A declaração de princípios éticos e fundamentais para construção de uma sociedade justa, sustentável e pacífica.

Pós-Graduado em filosofia pelo IBMEC.

Autor do programa de capacitação de  professores  no Institute for the Advancemente of Philosophy for  Children, na Montclair State University.

Voluntário em capacitação de professores em  escolas públicas, devido ao seu interesse de educação por  qualidade.

Integrante do PNBE – Pensamento Nacional de Bases Empresariais, onde implementou projetos de adoção de escolas públicas por  parte de empresas.

Presidente do conselho deliberativo do instituto Ethos. Fundador do Uniethos – a sua divisão educacional. Projetou o  instituto com suas participações em fóruns internacionais como o Pacto Global das Nações Unidas, o Global Report Iniciative, a 26000, o  fórum Econômico Mundial. Iniciou  a disseminação da responsabilidade  social empresarial como uma nova dimensão nos negócios.

Um dos três fundadores doMovimento Nossa São  Paulo.

Um dos fundadores do fórum Amazônia  Sustentável.

Convidado para participar do projeto Elias – do  Massachussets Institute of Technology para incentivar a inovação de  lideranças sistêmicas ligadas à sustentabilidade.

No final de 2007, aproximou-se de Marina Silva e,  junto com outras lideranças empresariais e ambientais, conceberam o  movimento Brasil Sustentável, que visa engajar diversos setores da  sociedade – empresas, governos, academia e organizações da sociedade civil  – na construção de uma sociedade responsável, justa e  sustentável.

Ricardo sonha com uma sociedade de pessoas  felizes, com qualidade de vida.

Seu lema de vida é: Paz, Alegria e Serenidade.

Filósofo, praticante de yôga e da filosofia de não violência de Ghandi, músico e compositor de violão erudito e muitas outras coisas que não cabem numa página, mas estão publicadas em sua biografia.


Só que precisamos votar em DOIS candidatos ao Senado e, sinceramente, não faço a menor ideia de qual será o meu segundo. Veja as opções [medo]:




Moacyr Franco
Moacyr Franco 177
Nome: Moacyr de Oliveira Franco
Partido: PSL


Aloysio Nunes
Aloysio Nunes 451
Nome: Aloysio Nunes Ferreira Filho
Partido: PSDB


Netinho
Netinho 650
Nome: José de Paula Neto
Partido: PC do B


Marta Suplicy
Marta Suplicy 133
Nome: Marta Suplicy
Partido: PT


Romeu Tuma
Romeu Tuma 141
Nome: Romeu Tuma
Partido: PTB


Serpa
Serpa 400
Nome: Alexandre Eugenio Serpa
Partido: PSB


Ciro
Ciro 360
Nome: Ciro Tiziani Moura (atenção NÃO É o Ciro Gomes!!!)
Partido: PTC


Ernesto Pichler
Ernesto Pichler 212
Nome: Ernesto Freire Pichler
Partido: PCB


Marcelo Henrique
Marcelo Henrique 500
Nome: Marcelo Henrique
Partido: PSOL


Toni Curiati
Toni Curiati 111
Nome: Antonio Salim Curiati Junior
Partido: PP


Mazzeo
Mazzeo 211
Nome: Antonio Carlos Mazzeo
Partido: PCB


João André Dorta
João André Dorta 290
Nome: Joao André Dorta Silva
Partido: PCO


Ana Luiza
Ana Luiza 160
Nome: Ana Luiza de Figueiredo Gomes
Partido: PSTU


Dr. Redó
Dr. Redó 111
Nome: Sergio de Azevedo Redó
Partido: PP


Dirceu Travesso
Dirceu Travesso 161
Nome: Dirceu Travesso
Partido: PSTU


Afonso Teixeira Afonso Teixeira 290
Nome: Afonso Teixeira Filho
Partido: PCO

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dia do Rio Tietê e Dia Mundial sem Carro





Amanhã é o Dia do Rio Tietê. Coitado. Há três anos eu tive a oportunidade de remar em suas águas, em plena cidade de São Paulo, entre as Pontes da Bandeira e Cruzeiro do Sul. Foi chocante. Uma água negra... água... acho que a água mais suja que você possa imaginar ainda é mais limpa que aquela. Pobre Rio. Isso foi durante uma mobilização da SOS Mata Atlântica, que está "sempre alerta" para o Rio Tietê (e outros). No ano passado eles levaram uma praia para a marginal paulistana e esse ano prometem refazer a façanha, com muito mais requinte! Conheça melhor os projetos aqui.
Se você estiver na capital amanhã, entre 9h e 13h, não perca! Perto da Ponte das Bandeiras o pessoal vai fazer o maoir auê, lembrando também que dia 22 de setembro é o Dia Mundial sem Carro.
Confesso que fiquei meio "de bode" só de lembrar da situação do Tietê e de tantos rios lindos e queridos, como o Pinheiros, exemplo máximo da "dominação da natureza pelo homem", pois até mesmo seu curso foi invertido (?!) para atender as nossas "necessidades". E o que dizer do Paraíba do Sul, com aquele vale rico e degradado? Mesmo o meu querido Piracicaba, caudaloso e imponente, mas bastante castigado por esgotos e agrotóxicos.
É tudo muito triste e não quero mais escrever sobre isso :(

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

As florestas das sequóias - Por João Batista

É com muita felicidade que retomo a ideia de ter postagens de colaboradores aqui no Aralume! Pra quem não sabe do que se trata, leia o artigo "Terceira temporada". Apesar do projeto não ter emplacado muito, já contamos com colaboradores ilustres como a minha irmã Ana Clara, o meu ídolo Chico Buarque (?!), meu marido Paulo Cesar e minha amiga e cunhada Carolina Mendes.

A postagem dessa semana surgiu de um e-mail que recebi, comentando a postagem da semana passada... mas esse e-mail veio de uma pessoa tão especial, o texto é tão lindo e tem informações que eu queria muito compartilhar, que na hora pensei: vai entrar como postagem! Aí foi só pedir um "Como conheci a Carolina" e pronto, estava criada a postagem! Ah, vale lembrar que eu primeiro escrevo o "Como conheci", para depois ler a versão do convidado... acaba ficando uma brincadeira interessante!

Como conheci o João
Eu "conheci" o João em diversos momentos... o primeiro deles foi, provavelmente, na primeira aula do curso de Engenharia Florestal, quando conhecemos alguns dos professores... acho que ele estava lá. A segunda vez foi na primeira aula da matéria de Bioestatística, que ele foi fazer uma "participação especial", tentando mostrar pra gente que aquilo tudo nos seria importante um dia, rs... Depois veio o momento que iniciou um contato mais longo, durante a disciplina de Mensuração Florestal (na época chamava Dendrometria), que ele é o professor responsável. Mesmo estando em um curso de engenharia, as matérias exatas sempre causaram certo frio na barriga nos alunos, mas não era muito o meu caso, pois sempre gostei de números. Lembro da parábola do elefante, que o João costumava usar (não sei se ainda usa) em suas aulas inaugurais: não adianta querer comer um elefante inteiro, de uma vez... divida em pedaços e vá comendo e digerindo aos poucos... acho que tinha mais coisa... mas até que dei conta do elefante! Tanto que mais tarde eu viria a ter o João como meu orientador no mestrado, e foi aí que tivemos um contato mais próximo; foi aí que a admiração que eu já sentia por ele ficou ainda maior. Quem é leitor assíduo do Aralume já sabe e por isso não vou me estender mais nas apresentações! (leia mais sobre essa história aqui).

Como conheci a Carolina
A primeira vez que nos encontramos foi como professor e aluna. Foi na disciplina de Mensuração Florestal que eu leciono para o terceiro ano de Engenharia Florestal. Mas esse contato foi bastante "formal" e de um relacionamento relativamente "distante". Afinal, eram mais de quarenta alunos na turma.

A segunda vez, também foi como professor e aluna, mas dessa vez num contato mais próximo. A Carolina resolveu fazer mestrado, num "tema quantitativo" e o Ricardo Rodrigues, que ela havia escolhido como orientador, me sugeriu como CO-orientador. Bem!. . . Eu forcei a barra para que eu fosse o orientador!! O tema me interessava muito e eu temia que apenas como co-orientador não tivesse autoridade para levar a Carolina a se desenvolver nas técnicas e ferramentas quantitativas necessárias ao tema. Eu tinha uma boa impressão dela como aluna, e o Ricardo confirmou que ela era uma pessoa excelente de trabalhar.

Não me arrependo de ter "forçado a barra". Como orientador trabalhamos de forma muito próxima e tive a oportunidade de conhecê-la melhor. A "boa impressão como aluna" se
desenvolveu inicialmente numa verdadeira admiração como profissional e, depois, admiração como pessoa. Surgiu, então, essa amizade que eu prezo tanto e que permanece, mesmo que hoje nos encontremos tão pouco.

E ... Ah! Sim! A dissertação de mestrado da Carolina foi excelente! Superou as minhas expectativas e as do Ricardo Rodrigues que ficou como co-orientador.

As florestas de sequóias
(como essa postagem veio de um e-mail, o título fui eu que dei e abaixo segue o tal e-mail, na íntegra - grifos meus)

De: Joao Luis Ferreira Batista
Data: 10 de setembro de 2010 16:36
Assunto: Re: Simplicidade de Engenheiro
Para: Carolina Mathias Moreira

Oi Carol,

Puxa! Dando uma "faxina" nos meus emails descobri que não tinha respondido esse seu email. No dia-a-dia, com frequência eu "deixo para depois" emails que não são de trabalho e acabo por me esquecer. Peço desculpas!

Mas agora eu entrei no Aralume e gostei da sua última mensagem de 07 de setembro. As sequóias são impressionantes de fato. Não sei se você sabe mas há duas espécies de sequoia no norte da California. A Sequoia sempervirens é geralmente mais grossa, mas um pouco mais baixa. São elas que os Norte-americanos chamam de sequoia e um lugar lindo para vê-las é o Sequoia National Parque. A Sequoia gigantea é geralmente menos grossa mas atinge as maiores
alturas e fica geralmente em florestas bem próximas ao mar. Os Norte-americanos a chamam de "redwood" e eles tem um lindo parque junto ao mar que chama Redwood National Park. Nesse parque eu caminhei numa das trilhas mais lindas que eu já vi.

Abaixo das sequoias existe um sub-bosque luxuriante, com muitas samambaias e arbustos altos de rododendron, que estavam cobertos de suas flores cor-de-rosa. Era o meio do verão (agosto), mas a temperatura era agradável e dava para sentir a brisa com cheiro de mar no meio da floresta. De reqpente, a neblina marinha tomava a floresta e a luz do sol penetrava a floresta em raios filtrados pelo verde das sequóias. Só eu e a Débora caminhando. Parecia que estávamos num conto de fadas!! Nós simplesmente não falávamos, estávamos maravilhados! Uma das experiências mais maravilhosas que tive!

Não se deixe levar pelos nossos preconceitos da "terra do Tio Sam". Os Norte-americanos são gente boa e vale a pena visitar o país deles, principalmente se você quiser conhecer a Natureza! A infraestrutura para visitar os parques é fantástica.

Abraços,

João Luís


Esses são o João, a Débora e sua filhota Michelle, no nosso casamento.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

As Árvores

Aqui estou eu, novamente no "front" (leia matéria postada aqui). Lembrei de uma música do Arnaldo Antunes que gosto muito e, ao procurá-la para colocar no blog, descobri que é uma parceria dele com o Jorge Ben. É uma poesia linda e tem uma melodia gostosa (ouça aqui).

Eu sempre gostei muito de árvores; esses seres me encantam. Ontem mesmo, no trabalho, falávamos das grandes Sequóias, as maiores árvores da Terra. Embora eu não nutra muita simpatia pela terra do Tio Sam, um dos meus sonhos de engenheira florestal é conhecer de perto uma Sequóia... diz o Google que elas vivem até 3.500 anos! São consideradas as árvores mais altas do planeta, com até 120 m de altura... e diâmetro de doze metros! Elas moram na Califórnia e estão protegidas pelo Parque Nacional de Yosemite. Existem duas espécies e são do grupo das coníferas (pinheiros e afins).

Mas existem muitas e muitas e muitas outras espécies de árvores, cada uma com suas curiosidades, com seu charme, com seus usos, vivendo sós ou em bandos. Ouça a música, é melhor, rs... Lá na estrofe final há um pedido de perdão, do qual compartilho. Não por ter desenhado corações em árvores, de jeito nehum; mas por já ter promovido e desfrutado da derrubada de tantas árvores, que me deram papel, madeira e espaço para construir cidaddes, estradas e gasodutos.

As árvores são fáceis de achar
Ficam plantadas no chão
Mamam do sol pelas folhas

E pela terra

Também bebem água

Cantam no vento

E recebem a chuva de galhos abertos

Há as que dão frutas

E as que dão frutos

As de copa larga

E as que habitam esquilos

As que chovem depois da chuva

As cabeludas, as mais jovens mudas

As árvores ficam paradas

Uma a uma enfileiradas

Na alameda

Crescem pra cima como as pessoas

Mas nunca se deitam

O céu aceitam

Crescem como as pessoas

Mas não são soltas nos passos

São maiores, mas

Ocupam menos espaço

Árvore da vida

Árvore querida

Perdão pelo coração

Que eu desenhei em você

Com o nome do meu amor.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Drão

Eu estava dormindo quando ouvi batidas na porta. "O que o Spinafre quer a essa hora?!", pensei. A contragosto e muito sonolenta, abri a porta. Ao ver minha mãe não teve jeito de não pensar em coisa ruim, afinal, o que seria tão importante para ela vir de Bragança a Piracicaba no meio da madrugada?

"O Du sofreu um acidente", disse ela com os olhos cheios d´água. Como reflexo involuntário e desprovido de raciocício perguntei: "E como ele está?!". O olhar e o aceno negativo da cabeça, seguidos por um longo abraço dispensaram qualquer palavra. Ele não estava.

Essa cena se deu há exatos 10 anos. Dez anos! Caramba... se, ao mesmo tempo, as imagens e sentimentos são tão vívidos na minha memória, também parece que esse arquivo faz parte de um passado muito longínquo e distante, quase como um sonho.

O Du foi meu primeiro namorado. Ficamos juntos por intensos 19 meses e talvez estivéssemos juntos ainda hoje... como saber? A primeira vez que ouvi falar dele foi pela minha mãe, que chegou em casa entusiasmada, contando que tinha um aluno que ouvia a Rádio USP! E era mesmo motivo para entusiasmo, pois a escola onde ela lecionava não tinha lá um público cheio de cultura... isso bastou para que os dois descobrissem as afinidades musicais, e muitas outras.

Pouco tempo depois eu o conheci pessoalmente, só que na casa do meu pai. Ele havia chegado até lá via amigos em comum e não demorou para que ficasse amigo do meu pai, através das afinidades com cachoeiras, matos, trilhas e acampamentos. E também não demorou para que as nossas afinidades viessem à tona. Foi um verão delicioso, intenso, cheio de banhos de chuva, caminhadas, estrelas e Chico Buarque. Mas nem tudo foi um mar de rosas pois minha mãe - que já foi bem maluquinha na juventude, registre-se o fato - não queria que a gente viajasse juntos, que saísse por aí sem destino e sem hora pra voltar. A rebeldia não foi pouca... mas nada que não tenha sido resolvido, afinal, o rapaz em questão ouvia a Rádio USP, rs...

O Du foi uma pessoa muito especial. Fazia maluquices com sua bicicleta, dizem que jogava bola muito bem - embora eu nunca tenha visto... -, tinha um coração do tamanho do mundo, me fazia enxergar tantas coisas: "você é uma péssima observadora!", queria ser ornitólogo, adorava o Raul Seixas e me contagiou com a paxão por São Thomé das Letras. Um dia, meio de bobeira, perguntei pra ele o que ele queria ser na próxima encarnação, e ele respondeu: "sei lá, nuvem, vento, rio...". Às vezes acho que seu desejo foi atendido...

E acho que por causa dessa "vontade etérea", apesar de ele ter sido uma pessoa tão especial na minha vida, eu não falo sobre ele. Queimei todas as cartas que trocamos e também as fotografias. Não tenho mais contato com a família dele e acho que é melhor assim. Muitas pessoas que me conhecem, mesmo algumas bem próximas, certamente vão se espantar ao ler esse relato.

Mas hoje me deu vontade de falar, de compartilhar as coisas que aprendi, pois isso sim vale a pena ser compartilhado. Não tem como passar ileso por uma perda como essa, mas o tempo nos faz colocar os fatos em perspectiva. Se na época eu me torturava com perguntas "Por quê?!", "Por que eu?!", "Por que ele?!"; se o Rio de Piracicaba quase jogou água pra fora, de tantas lágrimas dos olhos de alguém que chora; não demorou muito para que a vida tomasse seu rumo.

Muito antes do que eu imaginava, surgiu na minha vida uma nova pessoa, um menino lindo - por dentro e por fora, um gato de olhos verdes! É inútil comparar pessoas, pois cada um é tão único que torna-se incomparável e insubstituível, mas o Paulo Cesar é tão amor da minha vida, tão "alma gêmea", tão "o que eu queria ser se fosse menino", que a única coisa que posso dizer é que sou uma pessoa de muita sorte, porque tive o privilégio de ter dois grandes amores na vida, e detalhe: sem que um atrapalhasse em nada o outro ;)

A marca do que foi vivido fica, como uma cicatriz, não tem como esquecer - o Digão fala que tatuagem é uma cicatriz bonita... em outubro o sol que tenho nas costas também vai fazer 10 anos...

Sou muito grata às pessoas que me ajudaram a situar toda essa história, sou orgulhosa de mim mesma por ter superado e aprendido com uma coisa que para muitas pessoas fica apenas no plano da "tragédia". O luto é essencial, e leva tempo, no meu caso foram uns dois meses. Mas depois, bola pra frente que atrás vem gente! E como vem!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

DeRose Festival São Paulo 2010

Acabo de chegar do DeRose Festival e relendo a postagem que ecrevi no ano passado, acrescentaria poucas coisas e não tiraria nada. Será que isso é monotonia?! De forma alguma, é apenas a confirmação de que as minhas expectativas com relação ao caminho que escolhi estão sendo contempladas e superadas cada vez mais!

Você deve ter percebido que ando escrevendo pouco e hoje não vai ser diferente. Essa baixa atividade do Aralume denuncia uma intensa atividade em outras áreas, que por enquanto estão me consumindo praticamente full time, mas logo a poeira vai baixar, eu vou me adaptar à nova rotina e volto a escrever aqueles textos loooooongos e inspirados! Ah, e por falar nisso, para a semana que vem já tem um texto looooooongo e inspirado, que escrevi há alguns meses, mas ele necessitava de uma data especial para ser divulgado. Não perca!

Se quiser saber mais sobre o DeRose Festival, vá até o blog da Unidade Itu e veja também mais fotos.


terça-feira, 10 de agosto de 2010

MIP

Mínima Intervenção Possível é o que significa a sigla que dá nome a esse artigo. Eu tomei contato com essa técnica durante a disciplina Projetos de Educação Ambiental, ministrada pelo Prof. Marcos Sorrentino para o curso de graduação em Engenharia Florestal e, não sei muito bem porque, ela me veio à cabeça esses dias, com num flash back depois de anos...

A Mínima Intervenção Possível consiste em um exercício de atuação na sociedade, que depende exclusivamente de você. Muitas vezes temos ótimas ideias, mas elas acabam minando porque precisaria de uma autorização tal, de um número X de pessoas, de uma configuração astrológica favorável... e ótimas ideias que não são colocadas em prática, bem, não servem pra nada!

Então a proposta é começar modesto, com pequenos passos, para que isso vá te encorajando e empoderando (eu não gosto muito do verbo empoderar, que é um aportuguesamento esquisito, mas tem um conceito interessante, muito ligado com auto estima e capacidade de realização). Através de pequenas ideias, que se transformam em ações práticas e objetivas, você se vê proporcionando algumas mudanças reais, que vão te impulsionando a dar passos cada vez maiores, ou pelo menos mais frequentes.

Durante a disciplina que citei acima, cada aluno tinha como lição de casa permanente realizar uma MIP por semana e toda aula iniciava com os relatos das MIPs. Revendo minhas anotações encontrei coisas do tipo: iniciar separação do lixo reciclável (isso foi há uns 7 anos atrás!); fazer uma composteira no quintal; fazer a Agenda 21 da república (é uma MIP bastante ousada...).

Você pode ter uma MIP a priori, ou seja, pensa em uma ação, vai lá e executa, ou então estar bem atento ao que acontece em volta para "dar o bote" no momento certeiro. Recentemente eu realizei uma MIP desse tipo: eu vi um adolescente riscando o tronco de uma árvore com canivete e, muito naturalmente, me aproximei e disse: "Não acredito que você está fazendo isso!". Ele me olhou com cara de susto, assim como seus companheiros (essa espécie sempre anda em bando). Eu expliquei que aquilo era um machucado no tronco da árvore, que pode virar entrada para doenças e até matá-la (pura verdade!). Falei tudo com muita calma, com o objetivo de explicar e informar, e não de criticar ou passar sermão. Aparentemente eles se sensibilizaram... não sei se quando fui embora voltaram a riscar a árvore, acho que não. Mas essa atitude me deu mais confiança para intervir em outras situações. Lembre-se que a MIP é um instrumento de potência de ação (o tal do empoderamento), que tem como objetivo primeiro atingir aquele que a executa.

Já realizei também uma MIP que resultou na adoção de copos de vidro na escola onde pratico yôga. Logo que cheguei por lá aqueles copinhos plásticos me deram arrepios e bastaram pouquíssimas conversas para que a conversão fosse total! Essa é uma MIP que acompanho até hoje e me sinto muito orgulhosa por ter poupado o mundo de todo aquele plástico. Todos colaboram lavando seus copos e os novos frequentemente elogiam o sistema.

Espero que você realize muitas MIPs e compartilhe aqui conosco suas peripécias!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Hoje é dia de debate!

Independente de o que você acha de cada candidato, assista ao debate hoje na Band, às 22h. Divulgue também para que o maior número de pessoas assista! Não se exclua do processo democrático; não negligencie o poder do seu voto!

Bem, você sabe que o meu voto é da Marina, por opção. Mas se você quiser votar nela por falta de opção, motivos não faltam... veja abaixo texto que desencoraja o voto no Serra.


Carta Aberta da Parto do Princípio

Necessidade Urgente de Retificação do Programa Eleitoral do Candidato José Serra

A Parto do Princípio Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa (www.partodoprincipio.com.br) entende como propaganda enganosa o trecho do vídeo do Programa Eleitoral do Candidato José Serra exibido em cadeia nacional de rádio e televisão no dia 17 de junho de 2010.
Transcrição realizada através da cópia das legendas do vídeo disponível em:
http://joseserra.psdb.org.br/noticias/serra-sabe-fazer-e-faz (a partir do minuto 4:10 do vídeo de 10 minutos)

[...] E olha só o que ele fez pras futuras mamães: [...] O Programa Mãe Paulistana. Seis consultas de pré-natal, vale transporte, parto em hospital marcado com antecedência. Tudo de graça.

A mensagem do vídeo pode ser comumente entendida como agendamento do parto, assim como são agendadas as cesarianas tão frequentes nos setores suplementar e privado de assistência à saúde brasileiros. Apesar de muitas mulheres desejarem escolher a via de parto de seus filhos (parto normal ou cesariana), induzir e subentender que marcar a data do parto seria um benefício contradiz totalmente com o que é preconizado pela Organização Mundial de Saúde, pelo Ministério da Saúde, e Pelo Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal.

Ao contrário do que é sugerido pelo vídeo, no setor público as mulheres não escolhem a via de parto, sendo esta uma decisão baseada em indicações clínicas que tornem necessária uma intervenção cirúrgica. As evidências científicas indicam que a realização de uma cirurgia desnecessária aumenta os riscos de morbi-mortalidade materna e neonatal.

Outra interpretação possível da mensagem é de que haveria possibilidade de reservar vaga em hospital antecipadamente. Porém, o Programa Mãe Paulistana não contempla tal procedimento, de acordo com as informações disponibilizadas pela própria Prefeitura de São Paulo. O que existe é uma Central de Regulação que presta apoio quando há falta de vagas.

Diante dessa mensagem cujas duas possíveis interpretações carecem de fundamento, faz-se necessária e urgente retificação da mensagem transmitida com nota de esclarecimento sobre os benefícios do parto normal.

Solicitamos também que seja dada a devida publicidade a que o programa efetivamente propõe. Esse, sim, seria o compromisso do candidato com o que é melhor para a saúde das mulheres e seus bebês.

Vale lembrar que, em todo o Brasil, as gestantes tem direito à no mínimo seis consultas de pré-natal pelo SUS.

E na cidade de São Paulo, o vale transporte e a garantia de vagas nos leitos dos hospitais públicos municipais e conveniados com o SUS são direitos das gestantes desde 2001 (Lei Municipal nº 13.211 de São Paulo aprovada e sancionada por Marta Suplicy).

Caso o candidato considere necessário expor sobre assuntos referentes à assistência à gestante durante sua gestão, sugerimos citar a Lei Estadual 13.069 de 2008 do Estado de São Paulo, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos serviços de saúde informar sobre o direito à presença do acompanhante no parto. Apesar de até hoje não estar sendo cumprida por muitos hospitais do Estado de São Paulo, é uma lei que foi promulgada durante sua gestão.

Aproveitamos para salientar que também as Leis Estadual (Lei Estadual nº 10.241 de 1999) e Federal (Lei Federal nº 11.108 de 2005) do Acompanhante no Parto continuam sendo desrespeitadas em muitos hospitais públicos e particulares do Estado de São Paulo.

Gostaríamos ainda de saber qual foi a intenção da menção de que é "Tudo de graça" quando sabemos que se trata de direitos garantidos por lei e assistência pública à saúde. Desde 1988, com a promulgação da Constituição da República, a saúde é direito de todos e dever do Estado, financiada por tributos para os quais a população inteira contribui. Não é de graça, pagamos por isso.

O Brasil não pode mais permitir propaganda enganosa.

Parto do Princípio - Mulheres em Rede pela Maternidade Ativa
Uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação parto e nascimento. (www.partodoprincipio.com.br)

Mais informações, acesse:
Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/visualizar_texto.cfm?idtxt=32350&janela=1
Programa Mãe Paulistana
http://ww2.prefeitura.sp.gov.br/secretarias/saude/mae_paulistana/estrutura.asp
Parto Normal: mais segurança para a mãe e o bebê
http://portal.saude.gov.br/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=20911

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Educar é preciso

Semana passada tive o privilégio de assistir uma palestra do Amyr Klink, aqui do lado de casa! A palestra, com o título "Planejando o caminho da perfeição", fez parte da programação do 2º Congresso de Educação de Porto Feliz.

Eu sou fã desse incrível velejador, planejador e realizador desde que me entendo por gente! Não sei muito porque, mas o mundo das navegações e grandes expedições sempre me atraiu e foi por isso que comecei a ler seus livros.

O primeiro deles, "100 dias entre céu e mar" relata sua travessia do Oceano Atlântico a bordo de um pequeno barco a remo (!). Depois veio o "Paratii entre dois polos", que ele conta uma invernada na Antártica em seu veleiro Paratii mas, como foi tudo muito bem planejado e sobrou comida, ele resolveu dar uma chegadinha no Polo Norte, ficando ao todo 22 meses no mar! Sua próxima aventura foi contada no "Mar sem fim", e consistiu em uma volta ao mundo... mas de um jeito bem peculiar: circundando o Polo Sul! É a forma mais rápida e mais difícil de dar uma volta ao mundo e até hoje ele foi a única pessoa a realizar essa façanha velejando sozinho. Essa, aliás, era uma característica de suas viagens, estar sozinho. Mas de um tempo pra cá ele resolveu tripular seus barcos, principalmente com suas três filhas, que conhecem a Antártica desde os cinco anos de idade!


Tem também o "Linha d´água", onde ele conta a construção da sua "menina dos olhos", o Paratii2, um barco simples como canoa e cargueiro como navio. Na palestra ele fez um resumo dos quatro livros e foi uma delícia ouvir as histórias na voz dele, com seu jeito despachado e ligeiramente ranzinza.

E como os livros não são simples relatos de viagem, existem ensinamentos preciosos para a vida, que gostaria de compartilhar com você. Uma das coisas que ele diz é que o COMO é mais importante do que o O QUE... não importa muito o que você está fazendo, desde que faça da melhor forma possível. Ele ressaltou a importância de colocar a ALMA e o CORAÇÃO no trabalho; mais que profissionalismo, dedicação!

Com a sua experiência de ficar por tanto tempo sozinho, voluntariamente preso em um mar congelado, como ele mesmo define, ele também adquiriiu uma relação interessante com o tempo, com a administração do tempo: não seja engolido pelo tempo. Ele fala do perigo de ficarmos imersos em uma rotina que nos engole e, quando nos damos conta, não fizemos nada!

E como o título da palestra tinha a ver com perfeição, pois suas viagens sempre são muito bem sucedidas, ele disse que é preciso tomar cuidado para não ser um náufrago da perfeição. Se você for esperar tudo estar perfeitamente encaixado, com todos os detalhes, tudo certinho, pode ser que nunca saia do lugar. Tem um momento em que precisa largar tudo e partir. Não me lembro em quais dos seus livros tem essa frase, nem se é exatamente assim, mas me marcou muito: a pior tragédia de uma viagem é ela nunca acontecer. E é claro que isso vale pra vida... até quando você vai esperar para fazer aquilo que sempre quis? O que está faltando?!

Por fim, mais uma mensagem dele que gostei muito: é errado querer fazer tudo sozinho. Por mais que suas grandes viagens tenham sido aparentemente sozinho, ele sempre contou com uma grande equipe, antes, durante e depois de cada projeto. Tem hora em que é preciso delegar e confiar, já que não adianta nada você dar a função para outra pessoa e não confiar que essa pessoa vá realizar com competência...

Durante a palestra ele falou muito das filhas e esposa. Foi legal ver como ele aprende com as filhas. Enfatizou demais a importância da educação, mas num sentido mais amplo, de cultura mesmo. A importância dos livros, de conhecer línguas, de viajar... [suspiro].

Ah, sim, ele disse também que trabalhar no Brasil é um grande privilégio, pois tem muita coisa a ser feita ainda! Só que precisa pensar grande, pensar longe, para no mínimo daqui 50 anos.

Vamo que vamo, mãos à obra!