segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O mundo está grávido!


Não, eu não estou grávida. Nem pretendo tão cedo... mas estou numa fase em que as pessoas da minha faixa etária "resolveram" procriar! Já há algum tempo tenho "notícias isoladas" de contemporâneos se multiplicando, mas agora está acontecendo uma verdadeira avalanche. Até a personagem do seriado que estou assistindo anda às voltas com uma barriga e muito enjoo.

E nesse cenário não tem como não pensar sobre o assunto. Vou confessar que já fui mais xiita, e me ver assim "amolecendo", me preocupa, rs... esse fim de semana conheci o filhote de uma amiga da faculdade, a Teluíra. Que neném fofo! Ele é tão risonho, lindinho e fofinho... e a Telu tá tão feliz, realizando sonhos, mudando de vida. Me peguei pensando: "por que não?!".

Na minha fase mais xiita, meu principal argumento - usado comigo mesma - era de que o mundo já está estufado de gente, e que aumentar essa população seria um ato insano com o planeta e com os próprios seres a se integrarem nessa loucura. Para mim o ímpeto de ter filhos nada mais era do que uma manifestação do gene egoísta (isso é sério, se não conhece, corra pro Google!). Um ato egóico de preservar sua carga genética em detrimento de toda uma espécie - ou de centenas de milhares de espécies, já que a nossa faz o que quer com todo o resto.

Ok, calma, essa fase já passou. Passou porque eu entendo que é preciso colocar no mundo pessoas bacanas, filhas de pessoas bacanas, pra ver se conseguimos pelo menos chegar naquele trecho onde é possível vislumbrar um tantinho de luz no fim do túnel. E além disso eu já estou desistindo de levar a vida muito "ao pé da letra"; faça isso, não faça aquilo.
Tá, mas se não é por "convicção ideológica", o que me faz sentir uma preocupação - pra não dizer pânico - ao me deparar com a possibilidade de uma vontade de um dia ser mãe? Em primeiro lugar é medo. Medo de passar mal, medo de ficar cheia de frescura, medo de não conseguir fazer as coisas que eu sempre fiz - e, mais ainda, as coisas que eu não fiz e que morro de vontade de fazer! Medo de sentir dor, medo de ver o meu corpo mudar, medo de me sentir vulnerável, medo de depositar uma carga muito grande de felicidade e expectativa em uma coisinha miúda, que vai crescendo e cria asas. Medo de ver meus medos espelhados num ser que para mim deveria refletir a perfeição.

Isso não é pouca coisa... mas ainda tem mais: também sinto muita preguiça. Preguiça de ouvir conselhos, preguiça de refazer rotinas, preguiça de pesquisar - mãe moderna pesquisa, e muito! Preguiça de pensar que vou passar noites sem dormir - pro resto da vida! Preguiça de explicar pras pessoas porque não vou dar carne pro meu filho. E por aí vai.
Enquanto isso eu me divirto com sobrinhos e filhos de amigos. E vou tentando fazer as coisas que eu acho que não conseguiria fazer se tivesse que cuidar de criança. Quanto aos medos, não sei se tem muito jeito... desconfio que toda mãe e todo pai carrega esse sofrimento, essa angústia, nem que seja lá no fundo. E mesmo assim dizem que é a melhor experiência da vida (experiência nada, que não existe "experiência" pro resto da vida!). Vai entender...

6 comentários:

  1. Poxa... acabo de receber a triste notícia de que uma grande e querida amiga acaba de passar por um aborto ("natural", é claro).

    Esse é outro grande risco e medo de ter um filho: perdê-lo. E como não faz parte da "ordem natural" das coisas, nós nunca estamos preparados. Deve ser uma dor imensa.

    Amiga, força pra você e eu sei que você tem, do contrário não estaria passando por isso. Eu sei que parece injusto, mas os mais fortes são os que passam pelas maiores provações. Deve ter algum motivo...

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  2. Hihihi!!! O Kaiú te fisgou também, é?! Ele é muito simpático! Imagine quando ele estiver maiorzinho, falando... Bjo

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  3. Relaxa, o Alan faz o parto e eu prescrevo os cremes contra estrias e etc...

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  4. Ah, como é bom ter "cumpadres" médicos! rs... Pri, teremos um ótimo pretexto para ir pro Saco do Mamanguá ;)

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  5. Cá, olhaí!!!!!! Até agora esse foi o assunto que "mais rendeu" no Aralume! Fiquei querendo conhecer o Kaiú. Adorei a simplificação da Luciane, é isso aí, tá feito!
    Agora, você sabe que eu fiz o mesmo percurso que você nessa questão de "pôr mais gente no mundo" e vocês "resultaram" do meu despertar exatamente como você está falando e só tenho gratidão e alegria porque meus filhos fazem parte daquele grupo de pessoas imprescindíveis, capazes de melhorar o mundo, que vieram por isso e para isso. "Teria mais, mas a canção tem que acabar..." (Caetano já foi bom também!)

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  6. É mãe, esse assunto rende mesmo. E isso porque a Carol não conseguiu postar um comentário, pois estava com muito enjoo, rs...

    A Lu é a minha amiga mais prática - pior do que engenheira, ela é medica, huiauhaahahaha!!!

    Mas to tranquila... se for avaliar pelo histórico familiar, ainda estou no prazo - isso sem considerar que "os tempos são outros", etc, etc... ;)

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